Vendas de garagem (pouco frequentes no nosso país) são uma boa forma de começar com este hobby. No entanto algumas precauções devem ser tomadas. Antes de comprar o aquário, procure atentamente por rachas ou riscos. Embora as rachas possam ser reparadas, talvez não seja o ideal começar por ter esse tipo de trabalhos. Não compre um aquário riscado. As algas crescem nos riscos dando um mau aspecto ao aquário. Cuidado com equipamento muito antigo. Pode já não funcionar em condições.
Antes de montar o aquário (especialmente se o aquário for antigo), verifique se tem fugas. Encha-o de água na rua e aguarde uma semana. Uma fuga na garagem é muito menos problemática do que na sala.
Para limpar o aquário nunca use sabões ou detergentes. Use apenas água. Se quiser esterilizar o aquário, o areão, etc. lave tudo o que for de plástico em água com um pouco de lixívia (use lixívia pura, não com aditivos). Passe tudo muito bem por água limpa e deixe um pouco de molho numa solução com um pouco de anti-cloro. O areão (não plástico) pode ser esterilizado através de uma fervura.
Vidro Acrílico ===== ======== Mais barato por litro Mais caro por litro Difícil de riscar Fácil de riscar (p. ex. ao raspar as algas com uma lâmina de barbear) Riscos permanentes Riscos podem-se eliminar (embora não seja fácil) Alto índice de refracção Baixo índice de refracção (distorce menos quando visto visto angularmente) O aquário vazio é pesado o aquário pesa menos (vazio) (importante em aquários >100L) O suporte para o aquário só É preciso um suporte especial que precisa de apoiar os rebordos apoie toda a base (e não apenas os rebordos). É partido mais facilmente Mais díficil de partir
O tamanho e a forma do aquário ficam totalmente ao seu critério. No entanto tenha em conta o seguinte:
Existem dois tipos principais de aquecedores. Submersíveis, que ficam totalmente debaixo de água, e um segundo tipo mais tradicional composto por um tubo de vidro parcialmente submerso (e que contem a resistência aquecedora) mas que deixa o controle de fora de água. Os aquecedores submersíveis têm um melhor design dado que podem ser colocados horizontalmente no fundo do aquário. Isto ajuda a manter a temperatura do aquário uniforme (o calor sobe), e evita que o aquecedor fique exposto aquando das mudanças de água parciais. Os de design tradicional, necessitam de ser desligados antes de efectuar a mudança de água; se o aquecedor ficar acidentalmente ligado com a resistência acima da água, o tubo de vidro aquece e pode estalar quando tornar a encher o aquário com água.
Se a casa nunca estiver a menos de 4 a 5C abaixo da temperatura desejada para o aquário, um aquecedor com + ou - 2.5 Watts por cada 4 litros é suficiente. Se a diferença for superior, até 5 Watts (ou mais) por cada 4 litros. Lembre-se, o aquecedor precisa de manter o aquário à temperatura desejada, mesmo quando a casa está na temperatura mais baixa; a temperatura não deve flutuar.
Os aquecedores (especialmente os baratos) falham. Muitas vezes o contacto que liga e desliga o aquecedor bloqueia permanentemente, quer na posição de ligado ou de desligado. No primeiro caso o aquário pode ficar MUITO quente, especialmente se o aquecedor é superior às necessidades do seu aquário. Para minimizar potenciais problemas , evite aquecedores superiores ao tamanho óptimo para o seu aquário. Para prevenir os desastres no Inverno, use dois pequenos aquecedores em paralelo em vez de um grande. Assim se um falhar, as consequências não serão tão desastrosas.
Os termómetros de aquário não têm muita precisão (verifique os que estão nas casas de aquários - deviam todos marcar a mesma temperatura, mas não marcam). Assim os termómetros são bons para verificar que a temperatura não está muito longe do que se pretende, mas pode falhar por alguns graus por vezes. Quando comprar um termómetro, verifique todos e escolha aquele que apresentar a média das temperaturas de todos.
Um ponto em particular não se pode deixar de reafirmar. TODOS OS AQUÁRIOS TÊM DE TER FILTRAGEM BIOLÓGICA. Embora a filtragem química consiga remover a amónia em certas condições NÃO É uma solução definitiva.
Os filtros típicos efectuam alguns ou todos os tipos de filtragem em série. Filtragem mecânica (se presente) ocorre normalmente primeiro (sendo chamada "pré-filtro"), apanhando partículas que poderiam entupir os estágios seguintes. A filtragem biológica vem normalmente em seguida, seguida pela secção química (se presente). Se a filtragem química é ou não útil (ou mesmo necessária) depende da pessoa com quem falar. Pode ajudar a remover medicamentos após o período de utilização ter terminado (mudanças parciais da água produzem o mesmo efeito). Também removem elementos necessários para o crescimento das plantas (com resultados óbvios). A não ser que tenha boas razões para acreditar que as suas circunstâncias requerem filtragem química, evite-a.
Os filtros requerem manutenção. Por exemplo, se permitir a acumulação de detritos no filtro mecânico, estes decompõe-se em amónia, negando o seu papel principal. Assim, a eficácia de um filtro biológico diminui à medida que fica congestionado. A filtragem biológica requer movimento de água através de uma grande superfície à qual as bactérias tenham aderido (p.ex. areão, lã de vidro). Quanto menor a superfície disponível, menor a eficácia do filtro. Filtros de fundo limpam-se aspirando regularmente o areão (e.g., enquanto se faz uma troca parcial de água). Filtros exteriores e filtros motorizados limpam-se removendo o conteúdo e torcendo ligeiramente num balde de água do aquário (a água da torneira pode conter substâncias destruidoras de bactérias).
Não existe nenhuma fórmula mágica para determinar o tamanho do filtro que se necessita. Verifique os dados fornecidos pelos fabricantes e seja conservador. Não se consegue ter filtragem a mais (embora se possa ter demasiado movimento de água) por isso mais vale exagerar. Os filtros são discutidos com mais pormenor na FAQ de Filtros.
Muito do areão vendido para aquários está envolvido em plástico. Por razões óbvias não deve fervê-lo. :-) Também é muito caro (150$00/kg). O areão pode ser comprado em lojas de materias de construção, fornecedores locais de areia e areão, etc.). No entanto tende a ser maior do que o ideal e demasiado claro (e.g. pedaços de mármore). Também pode utilizar areia.
Tenha em atenção que nem todo o areão é inerte. Por exemplo, coral, conchas do mar, dolomite e calcário libertarão carbonatos no aquário aumentando a capacidade tampão do PH (veja a secção química para mais detalhes). Quando se tem Ciclídeos dos lagos africanos, isto é desejável mas na maior parte dos casos, não vai querer que o areão afecte a química da agua. Como teste rápido, deite um ácido (e.g. vinagre) no areão em questão. Se fumegar ou borbulhar, o areão irá libertar carbonatos na água. Para ter a certeza absoluta, encha um balde de areão com água e meça pH durante uma semana. Se o pH se mantiver estável, deve ser seguro usá-lo no aquário.
Quando usado pela primeira vez, o areão deve ser bem lavado. Passe-o simplesmente por várias águas até a água permanecer limpa (água da torneira é suficiente). Por exemplo ponha o areão num balde de água, encha-o, e revolva o areão. Deite fora a água e repita o procedimento até que a água permaneça limpa. Antes de usar areão de origem desconhecida (e.g. não comprada numa loja de peixes), pode como precaução fervê-lo durante 15 minutos para matar bactérias prejudiciais.
A madeira pode libertar substancias na água, mudando o pH de uma forma possivelmente inapropriada. A madeira petrificada liberta muitas vezes taninos e outros ácidos húmicos na água (tal como a turfa), possivelmente desmineralizando-a e baixando o pH. A água pode também adquirir um tom amarelado tipo chá. Esse tom não é prejudicial e pode ser removido filtrando a água através de carvão activado.
Se usar madeira que tenha encontrado (e.g. bosque ou lago), ferva-a primeiro para matar quaisquer patogénicos. Fervê-la (o tempo suficiente) também fará com que se afunde.
Há dois tipos de coberturas. Completas, que incluem a luz e a cobertura numa única peça. Incluem espaço para apenas 1 ou 2 (em paralelo) tubos de luz fluorescente, o que chega para aquários só com peixes, mas não é normalmente suficiente para o crescimento de plantas. Coberturas de vidro cobrem o aquário com 2 faixas de vidro ligadas por uma dobradiça de plástico mas não incluem lâmpadas. Uma calha com luz à parte usa-se conjuntamente. As coberturas de vidro são um pouco melhores para aquários de plantas do que coberturas completas; pode-se melhorar ou mudar as lâmpadas sem substituir completamente a cobertura, e em situações em que grandes potências de luz são necessárias, consegue-se normalmente colocar mais lâmpadas directamente por cima do aquário.
A iluminação tem dois objectivos. Realça e mostra as cores dos seus peixes e fornece energia (crítica) para as plantas (se existirem). Infelizmente, os dois objectivos são contraditórios. Num aquário apenas com peixes, uma única lâmpada com poucos Watts é suficiente para mostrar as verdadeiras cores dos peixes (a maioria dos peixes nem gosta de iluminação muito forte). Se quer manter plantas, no entanto, é necessária maior iluminação, o espectro da lâmpada torna-se numa questão importante, e deverá consultar a secção Iluminação na FAQ Plantas antes de comprar a luz ou cobertura.
Quer queira ou não manter plantas, luz fluorescente é o caminho a seguir. Lâmpadas incandescentes libertam muito calor, fazendo com que o aquário aqueça demasiado no Verão. As lâmpadas fluorescentes funcionam a temperaturas mais baixas e consomem menos luz para a mesma quantidade de luz. Note que no Verão mesmo as lâmpadas fluorescentes podem produzir calor suficiente para causar problemas de sobreaquecimento, se a sua casa for muito quente (e.g. se viver nos trópicos e não tiver ar condicionado).
Infelizmente a luz faz crescer não só as plantas mas também algas. Se o seu aquário contem muita luz do tipo da que as plantas desejam, e não tiver plantas, as algas rapidamente irão encher o vazio. Assim, a iluminação ideal para aquários só de peixes difere significativamente da de aquários com plantas. Dois componentes da luz são de particular importância: intensidade (i.e. potência em Watts) e o espectro. As plantas requerem luz intensa e certas regiões do espectro produzem mais crescimento do que outras.
Diferentes tipos de lâmpadas produzem diferentes regiões espectrais. As chamadas lâmpadas "espectro total" tentam reproduzir o espectro total do sol. São boas quer para o crescimento das plantas quer para realçar as cores naturais dos peixes. Lâmpadas especiais para plantas (e.g. gro-lux, etc.) evidenciam uma região do espectro que estimula o crescimento das plantas. Estas lâmpadas fazem crescer bem as plantas (e as algas também), mas os peixes não aparentam cores normais, dado que a luz não tem o espectro da normal luz do sol. Os comuns tubos de luz "branca e fria" fornecem a luz concebida para humanos em escritórios sem janelas, nem fazem crescer as plantas muito bem, nem realçam as cores dos peixes. Como regra rápida, 2-4 watts/4 litros de iluminação espectro-total (ou especializadas em plantas) é suficiente para plantas; para aquários só de peixes, use menos de 1 watt/4 litros, e evite usar lâmpadas para plantas.
Se vive numa casa antiga ou de construção menos cuidada tome em consideração a forma como o peso se distribui entre as bases do suporte. Quanto maior a superfície da base (pés), menor a pressão instantânea (por cm2) no chão. Não quer certamente que a estrutura de suporte se afunde no soalho! Se está a planear um grande aquário (e.g. 200l ou mais), certifique-se que o chão consegue suportar o peso com segurança. Para grandes aquários, tente colocar o aquário perpendicular às vigas de suporte do soalho (de modo a que o peso se distribua por várias vigas). Colocar o aquário junto a uma parede é mais seguro do que colocá-lo no meio de uma sala.
Os suportes devem manter o nível do aquário, de modo a manter o peso distribuído correctamente. Um aquário não nivelado aplicará stress nos sítios errados da estrutura, aumentando as hipóteses de o aquário se partir (sim, isto acontece por vezes). De modo a distribuir mais correctamente o peso do aquário em cima do suporte é boa ideia colocar uma folha de esferovite com cerca de 1 cm de espessura entre o aquário e o suporte.
Para remover algas das paredes laterais do seu aquário, um esfregão sem qualquer tipo de detergente deve ser usado. Se tiver um aquário acrílico, tenha especial cuidado para que o esfregão não seja demasiado duro por forma a não riscar o acrílico. Muitos tipos de algas podem ser removidas usando lã de vidro (barata e não risca).
Alguns tipos de algas de crescimento lento não conseguem ser removidas com um esfregão sem muito trabalho (e agitação no aquário). Uma lâmina de barbear funciona melhor nestes casos. Vá à sua loja de peixes e compre um raspador que tenha um longo (30 cm) cabo com uma lâmina de barbear numa das pontas. Uma lâmina de barbear pode ser usada para remover seja o que for das paredes laterais do aquário. No entanto, as lâminas de barbear _PODEM_ riscar o vidro se não for cuidadoso.
Os chamados "ímans de limpeza" também podem ser úteis para remover as algas. Um bloco áspero no interior do aquário é mantido no sítio por um íman colocado no exterior do aquário. Mexendo o íman no exterior, mexe o bloco áspero no interior, removendo as algas sem ter de colocar todo o braço dentro do aquário. Os melhores ímans de limpeza são os que têm um forte campo magnético (e.g. grandes imanes), e funcionam melhor em pequenos aquários, que têm vidros mais finos.
Uma escova de dentes é uma das mais eficazes ferramentas para remover algas de dentro de tubagens plásticas.
Nota: apanhar peixes com rede pode ser traumatizante. Particularmente, a rede raspa algumas das escamas da camada protectora do peixe. Se possível, quando apanhar peixes, use uma rede para levar o peixe para dentro de um pequeno recipiente de plástico ou jarro de vidro.