Plantas Aquáticas -
Perguntas e Respostas
As respostas às vossas perguntas estão distribuídas pelos seguintes tópicos:
"O que é absolutamente necessário para ter e manter plantas?"
O sucesso no crescimento das plantas resulta de um equilíbrio entre os
seguintes factores: luz, nutrientes, oligoelementos e dióxido de carbono.
A luz deve ser fornecida num espectro que as plantas absorvam, com grande
intensidade para manter as plantas vivas (fotossíntese) e com uma duração de
10-14 h/dia. Os nutrientes são fornecidos pelos dejectos dos peixes. Alguns
dos oligoelementos podem já estar incluídos na água que se deita no
aquário, mas deve-se usar um dos produtos de mistura existentes no mercado.
O CO2 é parcialmente obtido do ar e dos peixes
mas pode ser reforçado
injectando-o a partir de uma fonte exterior
(por exemplo uma garrafa desse gás
comprimido). Se as plantas tiverem falta de um destes factores, o seu
crescimento será limitado. (Não entre em pânico por causa disso, muitos de
nós nem precisamos de um crescimento abundante de plantas). Por outro lado,
o valor acrescido de um dos factores sobre os outros, pode causar problemas
como uma deficiente alimentação das plantas, crescimento indesejável de
algas e até do nível tóxico da água. Cada um desses factores será discutido
em pormenor nas secções seguintes.
"O meu amigo tem plantas bonitas e abundantes e não usa fertilizantes ou CO2. São
realmente necessários?"
A resposta imediata é não. É perfeitamente possível fazer crescer plantas só
com o equipamento básico do aquário, deixando à sorte ou aprendendo com os
erros. Isso implica ligeiras alterações do equipamento e das práticas usuais
de aquariofilia. Conhecimentos tecnológicos mais desenvolvidos de controlo
de cada um dos quatro factores podem, no entanto, evitar o trabalho das
tentativas e os riscos inerentes.
Devemos também considerar que o termo bonito é subjectivo também aqui.
Muitos aficcionados obtêm grande sucesso com plantas "fáceis" sem
equipamento especial e o efeito é bonito. Mas não se podem fazer comparações
entre as práticas de amador com as de um conhecedor capaz de criar uma
grande variedade de plantas.
As novas plantas podem ser portadoras de caracóis, de algas e de doenças.
Uma desinfecção prévia ajuda a reduzir a sua propagação ao aquário e/ou pode
ser usada para remover algas de plantas já existentes. Há que ter em atenção
o perigo de se destruir a própria planta. Existem alguns métodos populares:
- A imersão numa solução de permanganato de potássio durante 10 min;
recomenda-se a utilização deste desinfectante já diluído em
produtos de marca conceituada. O permanganato é particularmente
activo na eliminação de bactérias incluindo as patogénicas.
- Uma imersão de 2 dias numa solução de 1 colher de chá de alúmen
para 4 lit. de água; é particularmente indicada para matar os
caracóis e os seus ovos.
- Se as plantas forem mantidas num aquário sem peixes durante 3
semanas, parasitas como o íctio e o veludo morrem por falta de
hospedeiros.
- A imersão numa solução de lixívia a 1/19: 2 minutos para plantas de
haste, 3 minutos para plantas mais robustas. Depois dessa imersão é
necessário todo o cuidado para remover quaisquer vestígios de cloro
por lavagens sucessivas e o uso de um desclorizante. Este método
pode matar as plantas, portanto só deve ser usado como último
recurso.
(Ver na secção ALGAS da FAQ-DOENÇAS
mais soluções para prevenção de algas
e na secção CARACÓIS das mesmas FAQ outros métodos de combate aos caracóis).
"Devo deixar as novas plantas no vaso?"
Muitas das plantas aquáticas são vendidas em pequenos vasos com lã de rocha.
Plantas com raizes delicadas como as Cryptocorynas e Anubias
devem ser mantidas nos vasos, especialmente se pretendemos mudá-las
de posição dentro do aquário.
Desse modo evita-se o choque devido à transplantação; se assim não for as
plantas levam tempo a adaptar-se ao novo substrato. Também se podem colocar
os vasos sob o areão e outros aquariofilistas cortam o vaso e deixam a
planta com a lã do vaso enterrada no areão.
"Que espécies de plantas posso ter com o peixe 'x'?"
"Que espécies de peixes posso ter com a planta 'x'?"
Essencialmente a questão é a mesma, embora com a segunda pergunta você
mostre preocupar-se mais com as plantas. É preciso saber ligar os hábitos do
peixe com a planta. Os grandes ciclídeos que gostam de escavar, não devem
ser colocados em aquários com plantas de raiz mas sim com plantas
flutuantes. Os peixes vegetarianos não devem ser colocados com plantas que
eles comam, a menos que o crescimento das plantas seja mais rápido do que a
destruição que eles provocam! Pode acontecer também que alguns
peixes comedores de algas
sejam também comedores de plantas. De um modo geral,
deve-se estudar os hábitos dos peixes e as características das plantas antes
da compra ser feita. Devemos também estar preparados para aprender com a
experiência dada por várias tentativas.
Alguns peixes podem ser mantidos com todas virtualmente todas as
plantas:
Pequenos tetras,
danios, rasboras, gouramis, discus, bettas, escalares,
peixes arco-íris,
Corydoras,
Vivíparos,
killifish,
Ciclídeos Anões,
e de um modo geral a maioria dos peixes pequenos.
"Que luz vou precisar?"
A regra geral é 0.5 a 1 Watt de luz fluorescente por litro de água
para um aquário de altura normal (menos de 60 cm).
Na realidade a solução não é assim tão
fácil, porque depende de factores como a quantidade de algas e de partículas
na água e nas paredes de vidro, tipo de reflector e da sua distância à
superfície da água. Para começar utilize esta regra mas fique
preparado para adicionar mais luz depois.
Para plantas que requerem de luz média a intensa, muitos aficionados
descobrem que precisam pelo menos de dois tubos fluorescentes a todo
o comprimento dos aquários.
Podem-se encontrar mais pormenores na secção da
LUZ.
"Posso ter plantas com uma simples lâmpada?"
Sim, embora fique limitado às plantas de luz fraca que terão um
crescimento muito lento. Por exemplo,
Feto de Java,
Anubias,
Cryptocorynes,
Ceraropteris
e
Musgo de Java.
Algumas destas plantas, nomeadamente as Cryptocorynas, na verdade
até preferem pouca luz. Devemos também mencionar que há quem tenha
a sorte de manter com pouca luz, plantas que requerem mais
luz, mas as probabilidades são que o seu crescimento seja
muito lento e pouco viçoso.
"Que tipo de lâmpada devo usar?"
Primeiro e acima de tudo, não usar lâmpadas incandescentes, porque dissipam
demasiado calor e não dão luz suficiente.
Os tubos fluorescentes de espectro completo são os ideais porque duplicam o
espectro solar. Estes tubos (Vitalite, Spectralite) são os melhores, mas
pode-se considerar como alternativa válida e menos dispendiosa, os tubos
fluorescentes (Chroma-50, Design-50); mais baratos ainda, os tubos para
plantas são também bons e podem realçar as cores dos peixes.
Lâmpadas como a Triton ou Tri-lux são um pouco mais potentes mas
também mais dispendiosas que as lâmpadas de espectro completo. As
lâmpadas de topo de gama com reflectores internos (BioLume) são
demasiado caras e desnecessárias. Existem outros
tubos, mas devem-se evitar os tubos de luz branca e "aquarilux", embora
muitos aficcionados os usem combinados com tubos para plantas.
"O que é o T-8?"
A designação T-8 refere-se usualmente aos tubos fluorescentes de alto
rendimento que se instalam nos edifícios de modernos escritórios, em
oposição aos T-12 que são os tubos fluorescentes normais.
A sua utilização tem-se divulgado entre os cultivadores de plantas
aquáticas, porque são económicos, de longa duração e baixo consumo.
Distinguem-se dos T-12 em três pontos: 1- o diâmetro (que é o significado
literal da designação T-8 = 8/8 pol.(20,3/20,3 cm) em oposição ao T-12 =
12/8 pol. (30,8/20,3 cm); 2- a potência (123,2 cm - 32 W, 92,4 cm - 25 W;
61,6 cm - 17 W; 3- as suas referências (FO-32, FF32-SPX, etc., conforme o
fabricante). Os T-8 usam também um tipo de balastro diferente portanto não
se podem trocar pelos vulgares T-12.
NT- As dimensões e tipos de tubos fluorescentes acima indicadas referem-se a
marcas e medidas usuais nos EUA. No mercado europeu os tubos tem outras
dimensões normalizadas.
"As lâmpadas de iodetos metálicos (MH - Metal Halide)
são melhores do que as fluorescentes?"
As lâmpadas de iodetos metálicos (MH) são vulgarmente utilizadas na
iluminação de campos de futebol, mas, no nosso hobby, há quem as use
por aquariofilistas de recife ou por fanáticos entusisastas por
plantas, requerendo grande intensidade de luz.
Os reflectores de ideotos metálicos são muito mais
dispendiosas do que os fluorescentes. As lâmpadas duram mais e fornecem
iluminação mais eficiente e brilhante (tipicamente 175-200 watts por
lâmpada) mas também geram um correspondente nível mais alto de calor.
Alguns aquariofilistas apreciam o efeito de foco e sombras produzido
pelas lâmpadas MH.
"Posso utilizar as lâmpadas de halogéneo de uso doméstico?"
É preciso não confundir as lâmpadas MH acima referidas com as lâmpadas de
halogéneo vulgares, de filamento de tungsténio em gás a baixa pressão, como
o argon, que compramos em qualquer supermercado para iluminar a sala; as
lâmpadas de halogéneo são basicamente lâmpadas de incandescência que geram
enorme quantidade de calor com baixo fluxo luminoso
"Como posso montar outro tubo no meu aquário?"
Se o reflector comportar mais um tubo, existem kits para montar um segundo
tubo. Caso contrário será necessário também um segundo reflector, ou a troca
do existente por um com dois tubos. Outra solução será a compra de um
suporte vulgar e montá-lo num reflector de construção caseira. Também é
possível comprar "kits" só com os encaixes terminais do tubo e abraçadeiras
de fixação, balastro e arrancador em lojas de aquariofila.
"Durante quantas horas por dia devo ter a luz acesa?"
Tal como na natureza, as plantas precisam de um ciclo de luz e escuridão
em cada dia. Se tomarmos por base a duração de 12 h do dia e da noite
no equador (muitas das plantas tropicais têm esse ciclo), podemos adoptar
uma iluminação de 10-14 h por dia. O sistema ideal é comprar um temporizador
que automaticamente liga e desliga a luz nas horas predeterminadas, uma vez
que as plantas (e peixes) preferem um ciclo regular.
Se as plantas precisarem de mais luz não se deve prolongar o tempo de
iluminação mas sim montar mais um tubo para aumentar a intensidade luminosa.
Falando de temporizadores, existem tubos fluorescentes que não arrancam
automaticamente, i.e., é preciso premir um botão durante alguns segundos.
Estes tipos podem ser convertidos para sistema de arrancador automático,
comprando os acessórios necessários em qualquer casa especializada.
"De quanto em quanto tempo é preciso mudar o tubo fluorescente?"
A maioria dos tubos fluorescentes perdem grande parte da sua intensidade ao
fim de 6 meses (+/- 2000 h), portanto devem ser substituídos entre 6-12
meses (os T8 têm maior duração). Se isso for muito dispendioso para si e o
seu aquário não necessita de grande intensidade luminosa, espere até que os
tubos se esgotem totalmente, o que pode rondar os 2 anos (8/10.000 h). O
melhor sistema é estabelecer um calendário de substituição do/s tubo/s para
evitar grandes oscilações de intensidade luminosa.
"O aumento de luz não vai encher o meu aquário de algas?"
Se é a primeira vez que monta um segundo tubo sobre o aquário, deve estar
preparado para isso acontecer. Tanto as plantas como as algas são ávidas de
luz e portanto estabelece-se uma competição entre ambas. Para ajudarmos as
plantas a vencerem, devemos ter uma baixa população de peixes, ter comedores
de algas e proceder a frequentes mudanças de água(ver a secção
ALGAS das FAQ-DOENÇAS).
"A injecção de CO2 é mesmo necessária?"
A injecção de dióxido de carbono não é necessária para manter plantas.
Contudo, a maior parte daqueles que a têm utilizado, afirmam que, depois de
uma boa iluminação, o CO2 é o mais importante factor para ter um
excelente crescimento de plantas. De facto, com o aumento da intensidade
luminosa, as plantas requerem mais nutrientes, incluindo o carbono que vão
buscar ao dióxido de carbono. Em conjunção com os
a capacidade tampão
(ver QUÍMICA DA ÁGUA na FAQ de Iniciação à Água Doce), a
injecção de CO2 irá tamponar a água para um pH neutro ou
baixo. Um valor mais baixo de pH ajuda as plantas
a assimilarem certos nutrientes, além de, afirmam alguns, evitar o
desenvolvimento de algas.
"O CO2 é caro?"
O custo de um equipamento de injecção de dióxido de carbono é muito
variável, desde os sistemas automáticos aos manuais, mas de um modo geral
dispendioso, a menos que se recorra ao super barato sistema da garrafa com
fermento de padeiro e açúcar, que adiante se descreve.
"Quanto CO2 se deve usar?"
O nível óptimo de CO2 num aquário é de 15-20 ppm. Há informações
de que níveis superiores a 25 ppm podem envenenar os peixes, mas a experiência
geral não prova isso. A quantidade encontrada na água resultante das
concentrações atmosféricas varia com a altitude e a
temperatura mas é menos que 1 ppm.
"Como é que trabalha o sistema de gás comprimido?"
Uma garrafa de CO2 comprimido, fornece esse gás à
pressão de 55-80 bar. Este valor de saída da garrafa é reduzido a 0,3-1,4 bar
por meio de um regulador
de pressão e finalmente reduzido a algumas bolhas por segundo, utilizando
uma válvula de agulha. Por este processo de lento borbulhar, o gás deve
dissolver-se na água do aquário por intermédio de um de três processos: um
reactor de gás (onde a água se mistura com o gás numa câmara semelhante à de
um filtro seco-húmido), por meio de um boião invertido (que permite a difusão
lenta do gás na água), ou injectando o gás num filtro motorizado, interior
ou exterior (cuja turbina pulveriza o gás em bolhas muito pequenas, muitas
das quais se dissolvem na água). O reactor é o processo mais eficiente,
enquanto o dos filtros é o mais fácil de pôr em prática.
É essencial saber controlar o débito de gás injectado,
porque um excesso de
CO2 pode matar os seus peixes. Existem dispendiosos sistemas automáticos,
que utilizam um sensor electrónico de pH para regular a quantidade de
dióxido de carbono a injectar e que cortam a injecção quando o pH tem uma
descida demasiada. Os sistemas manuais exigem que se comece com uma injecção
muito pequena e depois se vá aumentando durante vários dias com
uma
cuidadosa e regular medição do pH e borbulhar do CO2 até se encontrar o
equilíbrio correcto e a posição devida da válvula.
A construção e detalhes de operação estão descritos na secção
CO2.
"Como trabalha o método do fermento?"
A fermentação de açúcares numa garrafa gera CO2 (tal como no fabrico de
cerveja) e então podemos injectá-lo no aquário por um dos processos
descritos. Os componentes para a construção desse gerador de gás são
baratíssimos comparados com os da garrafa de gás comprimido. O pior
inconveniente é o da produção ser irregular e requer a mudança dos
reagentes (de uma a duas semanas), mas é suficiente para ajudar as plantas a
crescer. Inicialmente o processo era considerado inútil pelos livros da
especialidade, mas nos últimos anos tem tido uma crescente utilização como
meio de utilizar o CO2 sem "entrar na carteira".
Aqui está uma construção bem simples: pegue numa garrafa de plástico de 2
litros (de água mineral ou refrigerante) vazia, desenrosque a rolha e faça-lhe
um furo que permita a passagem de um tubo de ar dos usados em aquário e
vede a passagem na rolha com um vedante de silicone por exemplo. Encha a
garrafa até meio com água, junte-lhe meia colher de chá de fermento de
padeiro e de meia a uma chávena de chá de açúcar. O borbulhar do gás dura
cerca de 2 semanas, após as quais é necessário substituir a mistura. Se a
garrafa ficar a nível inferior ao da água recomenda-se a aplicação de uma
válvula de segurança para evitar o efeito de sifão.
"Posso simplesmente deitar água com gás no aquário?"
Não! As plantas precisam de uma injecção lenta de CO2. Se você deita água
gaseificada no aquário, haverá uma alteração de pH e o gás dissipa-se no ar
em poucas horas.
"A injecção de CO2 reduz o teor de oxigénio?"
Não. Os níveis de oxigénio e de dióxodo de carbono dissolvidos são
independentes um do outro; podem existir elevados níveis de ambos em
simultâneo. Acontece até que se você tiver um aquário com plantas saudáveis,
elas só por si saturam a água com oxigénio. O problema é o de que muitas das
técnicas usadas para oxigenar a água (pedras difusoras, filtros
seco-húmidos, movimentação da superfície da água)
provocam uma perda de
CO2 para o ar, ou seja, se você desligar a pedra difusora para evitar a
perda de gás, pode também reduzir a oxigenação.
A melhor solução é a de manter a agitação da água mas fazer uma injecção de
CO2 com maior débito do que o perdido, mantendo-se assim um equilíbrio
entre os dois gases.
"A alimentação dos peixes é suficiente para fertilizar as plantas?"
A maioria dos alimentos para peixes contém os macronutrientes, azoto,
fosfato e potássio (N-P-K), para manter as plantas saudáveis. Contudo, os
oligoelementos como o ferro, não são fornecidos sob forma que as plantas
possam assimilar. Alguns desses elementos já podem vir na água canalizada,
razão também para que se efectuem frequentes mudanças parciais de água. Mas
isso não é suficiente para algumas plantas e então temos de recorrer à
adição de um fertilizante.
"Posso usar fertilizante normal para plantas?"
O fertilizante normal para terra contém elevadas percentagens de N-P-K , os
quais já estão incluídos nos alimentos dos peixes. Adicionar maior
quantidade causará um crescimento exagerado de algas, além de possível
stress aos peixes. É possível que você encontre um fertilizante contendo só
os oligoelementos em casas de plantas, ou ser você mesmo a prepará-lo. As
misturas da Dupla e Dennerle são caras, mas têm provado dar bons resultados.
Tenha cuidado com outros fabricantes que fornecem N-P-K (verifique sempre se
a etiqueta menciona os ingredientes). Comprimidos, granulados de
fertilizantes têm sido utilizados com êxito enterrados no substrato e
usados com moderação.
"Como sei se necessito usar fertilizante?"
A falta de fertilizante nota-se nas plantas pelas folhas transparentes ou
amareladas por vezes com buracos, além de uma redução no seu crescimento. As
folhas velhas morrem mais depressa e as novas são pequenas e fracas. Outro
sintoma é o das plantas crescerem muito bem durante um mês depois de
compradas e depois deixarem de se desenvolver por falta de oligoelementos.
Também se deve adicionar fertilizante se os níveis de luz e de CO2 forem
elevados mas as plantas não crescerem.
"Como é que sei qual é o nutritente que está a limitar o
crescimento das plantas?"
Esta é uma pergunta de difícil resposta sem que você próprio faça
tentativas. Se notar que a mudança de água causa algum crescimento, então a
água que usa fornece alguns oligoelementos que depois se esgotam e nesse
caso é aconselhável juntar um fertilizante ou mudar a água mais vezes. Se as
suas plantas mostrarem um pequeno crescimento depois de alimentar os peixes,
o problema também está resolvido. Mas tenha sempre o cuidado de não aumentar
em demasia o suplemento de oligoelementos, senão tem o problema do excesso
de algas.
A partir de quantidade os nutrientes são demasiados?
Que quizer manter ziliões de test kits então poderá medir alguns
niveis de oligoelementos (a Dupla recomenda um nível de ferro de 0.1ppm)
Testes de amónia e de nitratos irão indicar-lhe quando estiver a dar
comida a mais. Alternativamente pode observar o seu aquário. Demasiado
fertilizante e comida dos peixes podem resultar um crescimento de algas
excessivo.
"Receitas caseiras: como fazer?"
Muitas receitas caseiras têm aparecido na mailing list
Aquatic Plants
portanto você pode obter informação aí.
Algumas actualizações
são mantidas em WWW no site THE KRIB.
As futuras actualizações desta FAQ poderão
incluir fontes de recolha e receitas, quando estiverem comprovadas.
"O que devo usar como substrato?"
Areão ou areia é um bom começo! A questão é a sua granulometria: grãos muito
pequenos não oferecem um suporte seguro para as plantas e a areia tende a
compactar; por outro lado, grãos muito grandes, dão origem a bolsas de
detritos em decomposição. A maioria dos aficcionados recomenda uma
granulometria de 2-3 mm (areão), enquanto outros preferem uma areia de 1-2
mm (mais difícil de encontrar).
Os caracóis trombeta (ver a secção de ALGAS
das FAQ-DOENÇAS), escavam
o substrato mantendo-o arejado. Sobre o vidro do fundo do aquário deve
colocar-se uma camada (1/3 da altura de areão) de fertilizante, sendo os
mais populares a turfa (que acidifica a água), laterite (uma argila que
contém ferro, usada normalmente com sistemas de aquecimento do substrato) e
solo.
Um aviso: se você tiver um filtro de placa de fundo, ele pode aspirar o
fertilizante e lançá-lo à água em vez de o manter sob o areão. A Dupla por
exemplo fabrica umas bolas de laterite que podem ser usadas com filtros de
fundo, mas que são dispendiosas.
"Que altura deve ter o substrato?"
De um modo geral deve combinar-se a altura do substrato com os tipos de
plantas ou seja das suas raízes. Por exemplo as grandes echinodorus
(amazonenses) precisam de 10cm de areão, mas plantas pequenas de fundo
como a Lilaeopsis só precisam de 2,5 cm. Uma boa solução é colocar o
areão em declive de trás para a frente do aquário.
Assim as plantas de maior altura plantam-se junto
ao vidro posterior, as de médio porte a meio e as de pequena altura junto ao
vidro anterior do aquário. Outra solução é a de fazer uma camada de areão
com a altura média de 7 cm.
"Posso ter plantas com um filtro de fundo?"
Claro que sim! Só é necessário ter suficiente altura de areão para as
plantas enraizarem. A circulação de água através da placa deve ser lenta. De
qualquer modo é provável que algumas raízes se introduzam na placa, dando
origem a mais trabalho de manutenção. Muitos aquariofilistas acham
que não se deve ter plantas com filtro de fundo e isso tornou-se
quase uma crença religiosa na Usenet. Contudo, não significa que seja
impossível...
como nas crenças religiosas, cada um é livre de seguir a que quiser.:-)
"A que temperatura devo manter um aquário com plantas?"
Isso varia de planta para planta, mas grande parte delas vivem bem entre 22-
27C. Para aquários de Discus que requerem uma temperatura mais elevada,
veja num livro de plantas quais as espécies mais recomendadas.
"Tenho que ter um aquecimento no substrato?"
Os benefícios do aquecimento do substrato ainda não estão comprovados, mas
crê-se que dá uma estabilidade mais prolongada ao aquário. Se você é um
principiante, será melhor familiarizar-se primeiro com a luz, fertilizantes,
etc. No entanto se gosta de aventuras e pode gastar dinheiro, então talvez
tenha orgulho em instalar um sistema de aquecimento do substrato por cabos.
No entanto há quem defenda que um filtro de fundo com uma passagem lenta
produz os mesmos efeitos.
Esta lista não é de modo nenhum exaustiva! Se tiver experiências que julgue
de interesse para este tópico, pode enviá-las.
As folhas tornam-se amarelas e caiem"
"As folhas criam buracos e caiem"
No primeiro caso o mais provável é a falta de oligoelementos e no segundo
pode também ser que os peixes e caracóis as comam.
"As plantas crescem durante um tempo e depois morrem
ou continuam a crescer mas muito lentamente"
Este é o problema mais vulgar entre os principiantes e pode ter diferentes
causas:
- As plantas podem armazenar muitos nutrientes para utilização posterior.
Quando vêm dos viveiros, elas trazem uma reserva máxima. Mas passado um mês
ou mais, se você não lhe fornecer um suplemento, elas esgotam as reservas e
acabam por morrer.
- A maioria das plantas envasadas são criadas por sistema hidropónico em
estufas ou viveiros com luz de Sol filtrada e com elevado nível de
nutrientes
mas depois
têm que se adaptar às condições dos aquários.
Primeiro perdem as folhas
que cresciam fora de água e criam novas folhas com diferente feitio e
consistência. Em segundo lugar, aclimatando-se a menos luz e menos
nutrientes, a sua velocidade de crescimento diminui.
Enquanto as plantas envasadas se transportam com facilidade, isso já não se
passa com as não envasadas. Estas podem ter passado por várias mãos, desde o
cultivador até à loja que as vende e por isso podem não estar nas melhores
condições quando se compram. Grande parte delas foram criadas
fora de
água, muitas vezes também sob luz solar filtrada e vão ter que se aclimatar
às condições do aquário.
- A planta pode não ser uma verdadeira planta aquática. Muitos comerciantes
vendem plantas palustres como sendo aquáticas (veja a nossa
LISTA NEGRA). Estas
plantas podem aguentar-se um mês ou mais mas normalmente morrem.
- Algumas plantas hibernam. Os bolbos do Aponogeton perdem todas as suas
folhas. Nessa altura os bolbos devem ser retirados do aquário
e postos recipiente de
água fria durante alguns meses. Podem então voltar a ser plantados
nascendo novas folhas.
- As Cryptocorynes
podem largar as suas folhas por alteração das
características químicas da água. Não é caso para desesperar, pois o mais
provável é nascerem novas folhas.
"A minha ... cresce mas as outras morrem"
Algumas plantas são mais resistentes do que outras e crescem com pouca luz,
CO2, ou piores condições de água. Acontece também que algumas
plantas são concorrentes de outras, absorvendo mais nutrientes. Nestes casos
as plantas devem ser separadas para outro aquário.
"A minha . . . está coberta de algas"
Leia a secção de ALGAS das FAQ-DOENÇAS, para ver
pormenores sobre as várias espécies de algas e como combatê-las. Mas,
resumidamente, deve haver um
peixe comedor de algas no aquário para manter um certo equilíbrio, ou
reduzir nutrientes introduzindo plantas flutuantes de crescimento
rápido que consomem nutrientes mais depressa do que as algas, ou remover as
folhas mortas com mais frequência para reduzir os nutrientes, reduzir a
alimentação, aumentar a frequência das mudanças de água, reduzir o número de
horas de luz por dia, usar fertilizante nas raízes (sob o areão) e não em
forma líquida que fortalece mais as folhas. Também há algicidas, mas esses
produtos podem matar também as plantas se não forem usados com o máximo
cuidado.
Sobrevivencia das Plantas
Voltar à Página Principal