FAQ: Água Salgada, Antes de Comprar os Peixes

Tradução de Miguel Figueiredo

Os Parâmetros Básicos

Quais as diferenças entre água salgada versus água doce? Como indicado, os peixes de água salgada são mais sensíveis a mudanças no seu ambiente. Os pârametros criticos de um aquário de água salgada são o pH, nitratos, salinidade e temperatura. Durante o ciclo, amónia e nitritos poderão também ser um problema. Estes elementos não são diferentes daqueles de água doce mas são nefastos em muito menores concentrações.

O pH no aquário de água salgada é um dos mais importantes parâmetros. Os peixes e invertebrados são especialmente sensíveis a mudanças rápidas de pH, portanto manter as flutuações de pH dentro de 0.2 por dia é crítico. Todas as creaturas marinhas aceitam um pH próximo de 8.2, variando entre 8.0 a 8.4. O pH nunca deve descer abaixo de 8.0.

O próximo parâmetro crítico são os nitratos. Os peixes de água salgada toleram melhor nitratos altos que os invertebrados (em geral) mas ainda assim perferem nitratos abaixo das 20ppm, sendo requerido menos de 5ppm pela maioria dos invertebrados. Os aquariofilistas de recife consideram mesmo que acima dos 0.5ppm é inaceitável, todavia isto é um objectivo irrealista para um aquário só de peixes ou com um mínimo de invertebrados.

O próximo parâmetro a ter em atenção é a salinidade ou gravidade específica. Em termos genéricos (muito génericos mesmo), a gravidade específica é a quantidade de sal na água. Muitos aquariofilistas tratam a gravidade específica e a salinidade como sendo a mesma coisa mas tecnicamente não são. A gravidade específica é dependente da temperatura e a salinidade não é. A maioria dos densímetros (os densímetros medem a gravidade específica) estão regulados para ler a a gravidade específica a 15C. Dado que é um valor baixo para a maioria dos aquários, os densímetros na aquariofilia estão normalmente regulados para medir a gravidade específica correcta a cerca de 25C.

De qualquer modo a maioria dos seres irá aclimatar-se a qualquer gravidade específica (dentro do razoável) desde que não vá variando muito. A gravidade específica da água do mar natural varia conforme a localização (oceano, lagoas, estuários), apresentando valores de 1.020 a 1.030. Portanto peixes diferentes podem ser nativos de diferentes salinidades e poderão precisar de algum tempo para se adaptarem a outra salinidade.

Finalmente, a temperatura de um aquário de água salgada é basicamente a mesma que um aquário de água doce: entre 24C a 27C, com 25C a ser um bom ponto intermédio. Variações acentuadas de temperatura aumentam o stress dos peixes e invariavelmente provocam doenças, portanto um bom aquecedor (ou refrigerador) é uma necessidade. Aquecedores completamente submersíveis tendem a ser preferidos em vez dos que ficam parcialmente fora de água. Além disso parecem ser mais fiáveis. (N.T.: Em Portugal praticamente todos os aquecedores usados são do tipo totalmente submersível).

Outros parâmetros que valerá a pena vigiar são a alcalinidade e o cálcio. A alcalinidade de um aquário de água salgada é verdadeiramente crítica para um sucesso a longo prazo. Sem bons níveis de alcalinidade o pH do aquário irá cair ao longo do tempo e colocar em perigo as vidas dos habitantes. A alcalinidade de um aquário de água salgada deve rondar os 2.5 a 3.5 meq/l.

O cálcio é mais uma preocupação de aquariofilistas de recife do que de um aquário apenas de peixes. Porém, quando você progredir e desejar manter invertebrados, monitorizar o cálcio torna-se uma necessidade. Sem cálcio e outros elementos residuais os invertebrados não podem formar adequadamente o seu exo-esqueleto e não sobreviverão. Os níveis de cálcio deverão estar entre 400 e 450 ppm Ca++. Para mais informações sobre como adicionar cálcio pode consultar, se compreender Inglês, pode consultar a FAQ do Recife, apenas disponível Inglês. Para a encontrar faça uma pesquisa por "Reefkeepers FAQ" no seu motor de busca preferido.

Alguns dos invertebrados mais fáceis de manter, como os camarões, também precisam de suplementos regulares de iodo e de outros elementos residuais. A maior parte das comidas irão fornecer as quantidades necessárias destes elementos. Porém, se você está a usar um escumador, esses elementos podem ser removidos da água e precisam de ser substituídos manualmente. De novo a FAQ de Recife tem mais informção àcerca da adição de elementos residuais.

Os Componentes Básicos

Agora que você está confortável com os parâmetros de um aquário de água salgada, vamos ver o que é necessário para manter um aquário bem sucedido.

Os componentes necessários para manter um aquário de água salgada bem sucedido dependem muito da pessoa com que estiver a falar. Você nunca deve trabalhar em função do conselho de uma única pessoa. Por exemplo, muitos advogam a utilização de filtros de fundo como filtragem biológica. Isto porém deve ser temperado com sabedoria. Um aquário de água salgada com um filtro de fundo de circulação reduzida irá exigir muito mais trabalho que um sistema com um filtro seco-húmido e um par de cabeças motorizadas. Os filtros seco-húmido precisam de menos manutenção dado que os filtros de fundo tendem a ficar obstruídos ao longo do tempo.

Não fique demasiado submerso em detalhes, os componentes básicos de um aquário de água salgada são o aquário, decoração, fitragem (incluindo escumador), luz, água e Test Kids.

Uma das mais importantes decisões no iniciar de um aquário de água salgada será o tamanho. A regra básica é quanto maior melhor. Um aquário maior será mais fácil de controlar e dá maior margem para erros (que são inevitáveis). Para principiantes, o mínimo será um aquário de 84 litros sendo 200 litros muito mais recomendável. Para alguns especialistas na manutenção de peixes, um aquário de 60 a 80 litros poderá chegar mas não é aconselhado. Em geral, os peixes gostam de aquários longos e largos. Quanto maior a área de superfície um aquário melhor se dão as trocas gasosas e mais felizes ficam os peixes.

Antes de finalizar sobre o tamanho dos aquários, lembre-se que as densidades de peixes são muito mais pequenas em água salgada do que em água doce. Isto é, você não pode pôr tantos peixes de água salgada como poderia colocar em água doce. Pôr mais que 2 peixes de água salgada em 40 litros é arranjar sarilhos. A regra geral é 10 cm de peixes pequenos a médios por 40 litros ou 5 cm de peixes grandes ou de crescimento rápido por 40 litros. Isto é apenas uma estimativa grosseira do número de peixes. Não existe uma indicação exacta porque é necessário levar em conta a filtragem, manutenção, alimentação, etc.

Além do número de peixes que você gostaria de ter, o tamanho do aquário irá ainda afectar a sua escolha da filtragem e da iluminação, quer em custo quer em configuração. Um bom tamanho de aquário irá variar entre 1 metro e 1.5 metro e entre 200 e 300 litros. Convém tomar em atenção o seguinte: um aquário de um metro usa lâmpadas fluorescentes de 30W, porém muitos dos reflectores para 1.2 m também estão feitos para as mesmas lâmpadas, embora existam no mercado lampadas fluorescentes de 105 cm e 40W. Um aquário de 1.5 m utilizará lampadas de 36 ou 40W e 122 cm. Um aquário de 1.2 m optimizará melhor a iluminação fluorescente por litro desde que utilize reflectores para lampadas de 40W.

Uma vez decidido o aquário certifique-se que tem um local onde o colocar. O aquário não deve receber luz do sol directa ou estar uma área pouco estável. Certifique-se também que o suporte será capaz de aguentar o peso do aquário incluindo substrato, pedras e água. No total um aquário de 200 litros irá pesar varias centenas de quilos (só a água pesará mais de 200 kg).

Depois de selecionar o aquário deve dar atenção ao substrato. Será melhor usar substrato calcário, como areão de coral ou dolomite. Estes substratos irão, pelo menos inicialmente, ajudar a capacidade de buffer da água ao adiconar iões ao sistema. Geralmente o substrato não deve ser tão fino a ponto de ser sugado para o filtro ou pelas bombas e não deve ser tão largo que seja inestético. Alguns peixes (como os Gobies) perferem menor granulidade de substrato. A média andará entre 2 e 5 mm.

A areia viva é um substrato que tem ganho recentemente bastante publicidade. Esta tecnologia ainda está na infância e não é recomendada para principiantes. Pode encontrar mais informação nos ARQUIVOS (em Inglês).

Depois de você selecionar um substrato considere o sistema de filtragem. A escolha na filtragem pode ter influencia na quantidade de substrato necessário. Um filtro de fundo ou um filtro de fundo de fluxo inverso deve ter cerca de 5 cm de areão médio (2-3mm) cobrindo a placa do filtro. Se não usar filtro de fundo, você não precisa de substrato, porém a maioria dos aquariofilistas irá sempre colocar um substrato de 1 a 2 cm de espessura. De notar que demasiado substrato conduzirá à presença de pontos mortos no aquário, os quais podem matar os habitantes (aumentando a importância da limpeza regular do areão). Informação mais detalhada sobre filtragem pode ser encontrada na FAQ Filtragem.

A seguir considere a decoração, na qual existem inúmeras escolhas. Coral morto, lava, rocha viva, rocha calcária e muitas mais. Os pedaços de coral são dos mais populares mais também dos mais caros. Lava e rocha calcária são baratas e também podem ser empilhadas para conseguir aquários com um interessante visual a recife. A Rocha Viva é um dos termos sonantes que por vezes é usado incorrectamente. Rocha viva é simplesmente rocha colhida num recife e que é habitada por diferentes organismos.

Muitos aquariofilistas dedicados à manutenção de aquários apenas de peixes começam a descobrir as vantagens de ter rocha viva no seu sistema. A rocha viva produz um meio mais natural para os peixes e ajuda ainda na nitrificação e desnitrificação. Isto implica que a rocha viva é mais que apenas decoração, é realmente parte do sistema de filtagem. Embora seja difícil usar rocha viva como como a única fonte de filtragem de um aquário apenas de peixes, sem dúvida que pode ser usada para reduzir com eficiência os nitratos. O uso de rocha viva em aquários apenas de peixes deve contudo ser bem monitorizado. Se os níveis de nutrientes do aquário forem elevados a rocha viva será a primeira a demonstrá-lo. A rocha viva em presença de altos níveis de nutrientes tenderá a apresentar um crescimento pouco saudável de alga-cabelo ou em alguns casos de cianobactérias. Para evitar explosões de algas algumas regras simples têm que ser seguidas.

Primeiro, você deve começar com rocha viva de alta qualidade: rocha viva que esteja muito incrustada de algas coralinas. Evite a rocha viva que tenha outras algas a crescerem. Adições regulares de cálcio podem também ser precisas para que as algas coralinas se mantenham vivas. A seguir, você precisa de manter níveis de nitratos baixos (~10 ppm) e certifique-se que tem níveis praticamente indetectáveis de fostatos (~0.02 ppm). Finalmente, alimente pouco os peixes, a comida em decomposição é um dos principais meios de introdução de fosfatos e nitratos, contribuindo para problemas com as algas.

Se você pensa adicionar rocha viva ao seu sistema lembre-se que a rocha viva contém organismos vivos e que portanto podem ser mortos como os outros organismos do seu aquário. É uma boa ideia esperar até depois do aquário estar montado antes de comprar rocha viva. Não existe um bom sitio para guardar rocha viva além de um aquário instalado. Tentar outra coisa poderá ser desastroso e caro. Além disso, se for colocar rocha viva num aquário já estabelecido, a rocha tem que ser rocha viva curada (para mais informação sobre rocha viva curada veja a FAQ de Recife.

A filtragem está tratada em detalhe na sua própria FAQ, com a maior parte da informação a ser relativamente genérica e aplicável a aquários de água salgada. Porém, existem certos aspectos que devem ser tomados em conta. Se você decidir usar um filtro de fundo, a instalação de um filtro de fundo de fluxo inverso será melhor. Um filtro destes irá manter os nitratos mais baixos ao tornar o substrato mais limpo e irá auxiliar a circulação no aquário.

Em adição a uma boa filtragem, a movimentação da água é uma necessidade no aquário de água salgada. Sem circulação o sistema será instável e tende a produzir crescimentos poucos saudáveis de algas e organismos patogénicos. A maneira mais fácil de conseguir a movimentação da água é tendo uma cabeça motorizada para circulação. Deve-se ter cuidado, porém, uma cabeça motorizada média num pequeno aquário facilmente cria um ambiente estilo tornado causando problemas em seres pequenos ou de movimentos lentos.

Um dos melhores sistemas de filtragem para um aquário apenas de peixes é um filtro seco-húmido. Embora instalações comerciais sejam bastante dispendiosas, um filto seco-húmido pode ser feito economicamente em casa com pouco esforço.

Muita gente advoga os filtros seco-húmidos para aquários de água salgada como a única solução aceitável. Isto pura e simplesmente não é verdade. Qualquer um dos sistemas de filtragem mais populares podem ser usados num aquário de água salgada. A chave para o sucesso é fornecer a adequada filtragem biológica sem reter excesso de detritos. A retenção de detritos produz nitratos e inevitavelmente leva a problemas com explosões de algas. Qualquer que seja a filtragem que você escolha certifique-se que limpa o substrato filtrante mecânico pelo menos uma vez por semana. Idealmente deve-se minimizar a perturbação das bactérias nitriticantes crescendo nesse substrato.

Uma área da filtragem que tem ganho uma vasta aceitação é o escumador de proteínas. Os escumadores são uma necessidade para um aquário de água salgada porque retiram as partículas orgânicas dissolvidas na água antes que sejam convertidas em nitratos.

Existem demasiados modelos e fabricantes para falar deles todos mas os dois formatos básicos são os movidos a ar e os venturi. Escumadores movidos a ar utilizam difusores de madeira ou fibra de vidro para produzir bolhas na coluna de água. Os escumadores venturi usam uma válvula venturi para injectar bolhas na coluna de água. Quer os escumandores venturi quer os movidos a ar têm designs de pró-corrente e contra-corrente. Os escumadores contra-currente são, de longe, superiores aos de pró-currente.

Quando a decidir sobre um escumador existem algumas coisas básicas a considerar. Escumadores movidos a ar utilizam difusores que têm que ser substituidos regularmente (normalmente uma vez por mês). Requerem mais manutenção que os escumadores venturi para manter uma escumação correcta. Por outro lado, os escumadores venturi precisam de bombas muito poderosas para atingir uma escumação eficiente. São também geralmente mais caros que os movidos a ar. Escumadores menores que 60 cm devem ser evitados em aquários muito povoados.

Qualquer que seja o tipo de escumador que você comprar no custo final é preciso considerar-se a necessidade de uma bomba de água e possivelmente de uma bomba de ar. Um escumador venturi de 40 contos normalmente não inclui a necessária bomba de alta pressão de 30 contos, um facto que a maioria das pessoas não nota à primeira vista.

Com a instalação quase completa você precisa ainda de considerar as suas necessidades de luz a curto e a longo prazo. Você deve decidir se vai ter um aquário só para peixes para sempre. Neste caso só precisa de uma única lâmpada de spectrum total. Porém, se você pensa avançar no hobby e manter animais mais sensíveis como as anémonas, então deve selecionar cuidadosamente a iluminação (assim com a filtragem). As anémonas requerem iluminação muito forte de spectrum total, complementada com luzes actínicas azuis. A regra geral é um mínimo de 2 watts por litro com maiores valores para aquários altos (45 a 60 cm).

Para o aquariofilista principiante a luz fluorescente é provavelmente a melhor. A luz de iodetos metálicos é mais para recife ou aquários de água doce muito plantados. De qualquer modo, se você precisar algo mais além de uma única lâmpada tem as escolhas limitadas. O melhor a fazer é construir o seu próprio reflector, com iluminação à medida, ou comprar um através de de vendas por correio. Os preços das lojas de aquariofilia frequentemente afastam os aquariofilistas de obter a iluminação adequada.

Se você escolher um reflector fluorescente à medida então deve decidir entre normal intensidade (NO: normal output) ou elevada intensidade (HO: high output) ou muito elevada intensidade (VHO: Very High Output). A maior parte das pessoas com aquários apenas de peixes ficam-se pelas lâmpadas NO. Quer as lâmpadas HO quer as VHO requerem balastros especiais, mais caros que as lâmpadas NO e precisam de ser substituidas mais frequentemente (mais $$).

Um item critico em água salgada que não encaixa em nenhum dos tópicos referidos é o sal. Existem muitas marcas diferentes de sal no mercado, todos são basicamente a mesma coisa. A única diferença entre eles é se têm ou não nitratos ou fosfatos. Esses elementos são péssimos em aquário, portanto as marcas que os apresentem devem ser evitadas. Os bons sais incluiem Instant Ocean, IO Reef Crystals e Coralife. Como nota, o comum sal gema não pode ser utilizado como substituto da mistura de sais marinhos. O sal gema não contém elementos importantes que os seres marinhos precisam para sobreviver.

Para medir a gravidade específica da água salgada você vai precisar de um densímetro. Existem dois tipos básicos de densímetros disponíveis ao aquariofilista: o tipo flutuante que por vezes mede também a temperatura e o de plástico, com um braço flutuante. É questão de gosto qual deles adquirir mas geralmente o de plástico tem uma escala maior e é mais fácil de ler.

O componente final para manter um aquário de água salgada bem sucedido são os test kits. Por ordem de importância eles são o pH, nitratos, fosfatos, alcalinidade, nitritos, amónia e cálcio (para recife o teste de cálcio é mais importante que que o de nitritos e o de amónia). Um bom test kit de pH é crítico e um monitor electrónico de pH será ainda melhor. Os testes de amónia e nitritos são apenas precisos esporadicamnete depois do ciclo. Um teste de de nitratos é um bom teste geral da qualidade da água, depois de o aquário estar estabelecido. Você deve executar o teste de pH uma vez por semana e o teste de nitratos de quinze em quinze dias. Os outros testes não são necessários mas podem ser precisos para resolver problemas específicos ou quando você avançar para creaturas mais delicadas.

Montagem

A área seguinte explica sucintamente procedimentos para instalação do aquário.

A primeira coisa que precisa fazer é colocar o suporte na sua posição final. Certifique-se que o suporte está nivelado em todas as direcções. Seguidamente coloque uma placa de esferovite ou borracha no cimo do suporte. Iso elimina pequenos espaços entre o suporte e o aquário reduzindo os pontos de pressão que podem causar o colapso do aquário depois de estar cheio. Após colocado o suporte ponha o aquário sobre ele. Verifique se o aquário está nivelado em todas as direcções. Note que um aquário não nivelado tem uma grande chance de quebrar depois de cheiro.

Onde quer que coloque o aquário este ficará lá enquanto estiver montado, provavelmente muitos anos. Você nunca deve mover um aquário com água dado que isso seria é uma maneira segura de o partir.

Uma vez o aquário colocado instale a filtragem. Se for um filtro de fundo então ponha a placa ou placas no fundo do aquário. Se for um seco-húmido estão ligue o pré-filtro e as mangueiras.

Antes de adicionar o substrato lave-o bem com água normal até a água correr tansparente. Então coloque-o no aquário. Sobre o substato arranje as decorações. A partir daí a água salgada pode ser adicionada. A forma mais fácil de colocar a água é com um prato sobre o substrato e despejando a água sobre esse prato.

Aquando da montagem inicial do aquário pode enche-lo com água sem cloro e então adicionar o sal. Porém, nas mudanças de água seguintes o sal tem que ser pré-misturado. Isso permitirá que o sal tenha tempo para se dissolver bem e dá tempo a que os parâmetros da água nova estabilizem. Adiconar 20 litros de água doce e depois a respectiva quantidade de sal a um aquário já estabelecido é um enorme erro (e uma excelente maneira de matar os habitantes).

Uma nota sobre o fabrico de água salgada: A fonte de água que você usa para a mistura é extremamente importante no sucesso e saúde do sistema. Esse assunto será tratado mais tarde, por enquanto retenha a noção que a água da torneira poderá não ser suficientemente boa para o aquário.

Depois de colocada a água e feita a mistura inicie o sistema de filtragem e verifique se existem fugas, quer de água quer de ar. Deixe o sistema funcionar por um dia ou mais para clarificar a água e para que os parâmetros iniciais da água e temperatura se fixem. Então poderá adicionar peixes.

Quantos peixes você deve ter para fazer o ciclo depende do tamanho do aquário e do método de ciclo que escolher. Pode fazer o ciclo de um aquário sem sequer ter peixes. Neste caso, você deve adicionar cloreto de amónia para simular os detritos dos peixes e inserir uma fonte inicial de bacterias nitrificantes. O melhor será obter uma cultura de bactérias de um aquário de água salgada já estabelecido. Isto pode ser um pouco de substrato, elementos filtrantes já com bastante tempo de permanência no filtro ou macroalgas como Caulerpa sp. A rocha viva é também uma excelente fonte de bacterias nitrificantes.

Se você escolher fazer o ciclo usando peixes, muito mais interessante que um tanque cheiro de água em movimento, o número de peixes necessário depende do tamanho do aquário. Em todo o caso dois peixes são preferíveis a um. Se um dos peixes morrer ainda haverá outro para terminar o ciclo. Claro que o segundo também se pode ir. Se todos os peixes morrerem então você terá que remover todos os contaminates e inserir novos organismos (leia de novo esta FAQ).

O ciclo não tem que estar limitado aos peixes. Búzios e moluscos podem também ser usados. Porém, dado que estes organismos não produzem muitos detritos, o aquário demorará mais tempo a fazer o ciclo.

SEGUINTE: Comprando os Peixes...
UP: Índice