FAQ: Comida Viva

Contributo de Oleg Kiselev, Don Wilson, e Steve Bartling
Tradução de Miguel Figueiredo

As vantagens da comida viva sobre comida viva e comida preparada são:
  1. O que não é comido não se degrada imediatamente e não sobrecarrega o sistema de filtragem,
  2. as comidas podem ser criadas em condições controladas e livres de bactérias patogénicas (causadoras de doenças).
  3. usando meios de cultura e técnicas baratas os custos são minimizados e
  4. mais importante, os peixes adoram apanhar coisas que tentam fugir (além disso os donos adoram ver os peixes a perseguir a comida viva).
Eis algunas das comidas vivas que o aquariofilista pode facilmente cultivar em sua casa, conforme a experiência que nelas têm os autores desta FAQ.

Direitos de Autor

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Índice:


Artémia recém-nascida
(Artemia sp., normalmente A. salina)


Utilização:
A artémia recém-nascida é uma comida de primeira escolha para as crias dos ovíparos e de outros pequenos peixes. Também é comida vorazmente por peixes de água salgada surpreendentemente grandes e constituem um bom substituto de macro-plancton para alguns invertebrados que se alimentam por filtração.

Criação:
Para eclodir artémia é preciso pouco. Uma incubadora pode ser construida de quase tudo, como um recipiente de plástico. As lojas vendem "incubadores de artémia" e cones de eclosão em plástico. Tudo funciona mas um recipiente com um fundo côncavo ou cónico é melhor porque a água flui e não há áreas mortas. Junte um tubo de ar ligado a uma pequena bomba, coloque uma luz por cima e mantenha a uma temperatura de cerca de 30 C se a artémia é para ser eclodida depressa.

O livro de Ed Warner sujere 3.5 colheres de sopa de sal sem iodo para cada 3.8 litros de água. Ele recomenda usar-se o sal mais barato possível. SF Bay Brand indica que se deve aumentar a dureza da água para melhorar as hipóteses de sobrevivência da artémia, portanto juntar uma pitada de bicarbonato de sódio pode ser boa ideia.

Para que a artémia recém-eclodida não morra, a água deve ser vigosamente remexida mantendo-se os pequenos camarões de artémia em suspensão. Isso é conseguido injectando ar através um tubo de plástico rígido com 30 cm ligado a um tubo flexível por sua vez ligado a uma bomba de ar. A secção rígida impede o tubo de sair do recipiente. Os aquariofilistas usando difusores de ar poderão descobrir que entopem frequentemente neste ambiente.

Para retirar os nauplii (camarões de artémia recém-nascidos) desliga-se o ar, coloca-se um tupo rígido ligado a 70-90 cm de tubo flexível e deixa-se o contéudo acentar. As cascas de ovo serão recolhidas no topo da água. A artémia deverá afundar-se (se a água não for demasiado salina). Então basta sinfonar os camarões para uma rede de artémia (muito fina), colocar o conjunto numa chávena de água e usar uma pipeta para dar aos peixes.
Os nauplii irão viver até 24 horas no aquário.


Fontes:
Os ovos podem ser comprados na maioria das lojas de animais especializadas. Ovos comprados em grande quantidade (como pacotes de meio quilo) serão muito menos dispendiosos que as minúsculas ampolas vendidas nas lojas. Os pacotes pode ser guardados no frigorífico.

Ed Warner insiste que os ovos de artémia precisam de pelo menos um ano de incubação antes de estarem prontos para eclodir. Ele refere que uma fraca taxa de eclosão de um recipiente recentemente aberto pode dever-se a tempo de incubação insuficiente e que as melhores eclosões provém de ovos mantidos alguns anos, com ovos mantidos por 5 anos num recipiente fechado a vácuo a fornecer a taxa perfeita de 100% de eclosões.


Artémia Adulta


Utilização:
Quase todos os peixes com menos de 12 cm comerão prontamente a artémia.

Criação:
Não se preocupe com isso. Os resultados da criação de artémia adulta são fracos, é mais fácil criar dáfnias e comprar artémia adulta viva nas lojas.

Aqueles que VERDADEIRAMENTE querem experimentar a criação de artémia devem obter um grande recipente (um aquário, uma banheira, etc), enchê-lo com água e sal para aquários de água salgada e colocar-lhe alguma água verde e nutrientes (tabletes de fertilizante ou o que tiver) e esperar que a água fique amarelo-esverdiada. Juntar então alguma artémia recém-eclodida ou artémia adulta (disponível em algumas lojas) e esperar. Juntar de quando em quando leveduras e outros micro-alimentos ajuda a promover o crescimento da artémia. Será também útil colocar a cultura num local bem iluminado indirectamente estimulando o crescimento das microalgas.


Fontes:
Ver acima.


Dáfnias


Utilização:
As dáfnias são minúsculos crustáceos das espécies Daphnia pulex e D. magna sp. são provavelmente a comida ideal para pequenos peixes de água doce -- as dáfnias não morrem no aquário e irão comer lixo microscópico enquanto estiverem vivas. Apareem em diversos tamanhos -- desde as dificilmente visíveis até às superiores a 3 mm. É uma fonte típica de comida de muitos peixes na natureza.

Criação:
As dáfnias podem ser criadas nos mais variados recipientes, desde pequenos aquários redondos até baldes do lixo de 100 litros. As criações dentro de casa podem ser alimentadas com restos de algas e sujidade aspirada do fundo do aquário, assim como levedura desactivada, leite em pó, etc. O melhor alimento é a água verde.A água verde pode ser obtida usando fertilizante em água sem cloro. A água cheia de nutrientes é deixada exposta ao sol e dentro de semanas ficará verde graças aos esporos de algas transportados pelo ar.

Aquários de alevins podem ser semeados com dáfnias. As dáfnias comem as bactérias que podem ser perigosas para os peixes e geralmente purificam a água. Os alevins comê-las-ão quando crescerem.

Alevins recém-nascidos podem igualmente ser adicionados directamente a culturas de dáfnias (2 alvins por litro) e irão alimentar-se a seu gosto. Porém, alevins mantidos em aquários à sua medida e alimentados intensivamente irão crescer mais depressa.

Para apanhar as dáfnias pode usar-se uma rede fina.


Fontes:
Uma cultura pura de dáfnias pode ser obtida de um clube de aquariofilia ou por correio.

As dáfnias podem também ser apanhadas em lagos com uma rede para plancton. Uma rede mais barata pode ser construida pelo próprio aquariofilista em "faça você mesmo". Cosa uma rede cónica de malha fina, com um material do estilo tecido de cortinado e prenda-a a um pedaço de arame dobrado em círculo. Coloque pesos num lado da moldura de arame e pendure-a num suporte através de 3 correias. A rede pode ser lentamente arrastada atrás de um barco num lago onde se saiba que existem dáfnias. A moldura de arame manterá a boca aberta e os pesos irão agir como a cauda de um papagaio impedindo a rede de rodar enquanto é arrastada. Esta técnica pode ser notavelmente proveitosa mas o aquariofilista deve tomar cuidado com os parasitas como a Hydra e diversos insectos carnívoros.


Cyclops


Utilização:
Semelhante às dáfnias embora sejam predadores. Podem danificar os ovos ou alevins de ovíparos muito novos. Os nauplii podem ser usados tais como nauplii de artémia.

Criação:
Como as dáfnias (mas menos numerosos para o mesmo volume).

Fontes:
Frequentemente vêm com uma cultura de vermes ou como contaminates de culturas de dáfnias. São muito difíceis de eliminar uma vez começando-se a reproduzir. Podem ser obtidos por correio ou via clubes de aquariofilia.


Larva de mosquito


Utilização:
A maioria dos peixes adultos de espécies pequenas adora-as. Desde que os peixes sejam maiores que as larvas, irão comê-las. As larvas aquáticas de insectos voadores são o ingrediente principal da dieta de muitos pequenos peixes na natureza.

Criação:
Muito simples: Colocar um balde destapado ou outro recipiente grande no experior. Lance pequenas quantidades de leite em pó ou um saco de nylon com pedaços de ervas para preparar a água e estimular o crescimento de infusórios, fonte de alimentação dos mosquitos. A água verde também funcionará bem. Algumas pessoas até usam esterco! Duas a três semanas depois haverá larvas na água.

Outro meio de cultura é usar um piscina de criança com uma pequena quantidade de ervas cortadas (sem herbicídas, por favor) para encorajar a água a ficar estagnada. Então espera-se que os mosquitos se reproduzam aí. Após um par de semanas grande número de larvas poderão ser apanhadas com uma rede de peixes. Neste tipo de "cultura natural" deve-se apanhar as larvas furtivamente dado que elas mergulham para o fundo quando detectam movimento.

Outros métodos incluem encher um balde de água de lago de jardim (a água da torneira demora muito a ficar velha!) e adicionar então uma chávena ou duas de solo, permitindo que acente durante alguns dias. Assim que as larvas começarem a aparecer pode-se usar uma grande rede de aquário passando a água de um balde para o outro e assim apanhando as larvas de mosquito que estiverem presentes.

O maior problema com estas técnicas é que os vizinhos podem não gostar da criação de mosquitos. Porém, providenciando para que todas as larvas possam ser capturadas antes de se transformarem em mosquito, um optimista poderia ver aí uma oportunidade de controlar a população de mosquitos, dado que os mosquitos já não se reproduziriam num charco algures onde o controlo seria perdido.

Outro problema é que se se fornece demasiadas larvas e os peixes não as comerem pode existir um aumento significatico da população de mosquitos na sua casa, dado que as larvas se transformarão em mosquitos.


Fontes:
Espere que esses pequenos vampiros descubram o recipiente mal cheiroso da sopa de bactérias (=cultura) ou vá procurar ovos de mosquito num charco próximo. Parecem pequenas jangadas de ovos, colados uns aos outros.


Vermes Negros


Utilzação:
São mal-cheirosos e infestados de bactérias mas estão entre as melhores fontes de proteínas para os peixes e uma comida excelente no condicionamento para a reprodução.

AVISO: refeições frequentes irão fazer com que os peixes fiquem gordos e ignorem a reprodução. Além disso as doenças são de longe mais comuns com uma forte dieta de vermes.

OUTRO AVISO: Se demasiados vermes forem dados aos peixes de uma vez irão enterrar-se no areão e esconder-se.


Criação:
Pode não valer a pena. Os vermes irão viver no fundo do aquário comendo lodo e reproduzindo-se. Podem ser alimentados com cascas de banana. Filtre a água intensivamente. Apanhe-os peneirando o areão com vermes com uma rede. Sujos, trabalhosos mas são uma das fontes mais fáceis de proteína.

Fontes:
Muitas lojas de aquários têm estes horrores.

(O Tubifex é ainda mais feio e mal-cheiroso e o aquariofilista não deve tentar criá-los. É possível mas reconsidere - vivem e alimentam-se na lama e podem transportar hepatite e outros potenciais patogénicos.) Se comprar uma porção de tubifex, está reportado que é a "comida" que cheira mal, não os vermes em si. Estes podem ser mantidos com sucesso em água fria currente sem produzir odor. Alternativamente podem ser mantidos até três dias num balde de tamanho médio com água fria no frigorifico.


Vermes Grindal (vermes muito pequenos)


Utilização:
Estes vermes são pequenos (até 1.3 cm) e podem ser dados a uma variedade de pequenos peixes. Devido à maneira como são criados são totalmente livres de doenças. Não se enterram tão depressa como outros vermes e vivem na água por alguns dias. São óptimos para os peixes que se alimentam no fundo e para quaisquer peixes suficientemente rápidos para apanhar a comida a afundar-se ou para ir procurá-la (quase todos os peixes).

Criação:
Arranje um recipiente de plástico do tamanho de uma caixa de sapatos, encha-a com uma mistura de solo estéril para plantas e turfa (metade de cada uma) ou simplesmente solo para plantas. Humedeça-o e coloque-o no micro-ondas por 5 minutos para o esterilizar completamente, deixe arrefecer, inoque-o com uma cultura inicial de vermes e junte um pó de cereal rico em proteína (como "Gerber") e repita sempre que o pó que colocou anteriormente tiver desaparecido. Depois é só vê-los aumentar o número! As culturas devem ser mantidas a 20 C ou superior. Coloque um pedaço de vidro no solo e os vermes irão trepar por ele. Os vermes pode ser lavados do vidro para uma chávena com água limpa e depois colocados no aquário com uma pipeta médica grande (uma colher de chá). Uma cultura saudável produz o suficiente para alimentar cerca de 100 peixes pequenos.

Lembre-se de manter a cultura húmida mas não encharcada. Pulverize com água sem cloro de vez em quando.

Culturas como estas frequentemente são infestadas com ácaros e/ou piolhos. Ambas as pestes podem ser dadas aos peixes e são comidas com gosto mas depressa se tornam um aborrecimento. Se isso acontecer retire alguns vermes e mantanha-os numa chávena com água por 3-4 horas. Isso afogará a infestação e os vermes podem ser usados em nova cultura. As velhas culturas infestadas pode ser salvas mas não compensam o esforço.

Se os vermes não crescerem bem tente ajustar o pH do solo misturando um pouco de bicarbonato de sódio para neutralizar a acidez da turfa.

Uma interessante técnica de criar vermes é usada por alguns criadores de killies alemães. Eles usam uma esponja de poros largos que acenta num tabuleiro cheio de água e coberto com um pedaço de vidro. Este método é mais limpo que o do solo e turfa.


Fontes:
Amigos, clubes de aquariofilia e encomendas por correio.


Vermes brancos (pequenos vermes aparentados com as minhocas)


Utilização:
Estes vermes têm até 2.5 cm de comprimento e são bons para alimentar peixes entre 7 e 15 cm.

Criação:
Semelhante aos vermes Grindal mas estes vermos não se dão a altas temperaturas, se possível devem ser mantidos abaixo dos 23 C. Durante o verão irão sobreviver se mantidos húmidos e num local frio. Os vermes brancos podem ser mantidos em solo para plantas e em caixas de contraplacado com cerca de 40 cm x 30 cm x 15 cm de fundo com um tampa resistente à humidade (por exemplo, um vidro). Irão comer a mesma comida que os Grindal mas um conjunto de fontes sujere também que pão branco molhado em leite é uma comida muito boa para estes vermes. Outra opção é uma mistura de alface velha, fruta e pedados de pão. Junte água e misture, tão grosso quanto o misturador aguente mas ainda permitindo entornar. Junte talvez uma chávena a cada semana (é, na sua maioria, água, sempre necessária para manter a cultura húmida) numa área ao centro.

O substrato com mais sucesso usado por um de nós (DW) são migalhas de pão seco e re-hidratadas com alguma levedura adicionada. Os pedaços de pão são preparados recolhendo velhas côdeas, guardando-as no frigorífico e depois secando-as. O pão é então esmagado e depois guardado em recipientes selados (como baldes para gelados). As migalhas durarão para sempre. Quando for tempo de alimentar os vermes use uma grande gamela e misture juntando água. Finalmente coloque na cultura. Use apenas o suficiente para uma semana. A quantidade de água deve variar - quando a cultura tender a secar no verão deve-se incluir mais água mas se a cultura já estiver demasiado húmida então usar uma mistura mais seca.

Poder-se-á perguntar quanto tempo durará a cultura até começar a cheirar mal. É uma boa questão, para a qual não existe uma resposta imediata, um de nós (DW) tem culturas com mais de 3 anos, com uma produção são forte como sempre e sem odor.

Mantenha estes vermes numa completa escuridão. Eles sairão do solo e procurarão a comida, devorando-a depressa, formando um novelo entrelaçado. O aquariofilista pode arrancar essa massa do solo e usá-la para alimentar os peixes. Os vermes esconder-se-ão no solo assim que sentirem a luz, portanto seja rápido a apanhá-los. Outro meio de separar os vermes da sujidade é obter um frasco cilíndrico com as extremidades removidas e prender uma rede de plástico fina a uma extremidade (com um cordel, um elástico ou outra coisa que sirva). Encha de água um recipente de vidro (como um copo de medição). Ponha o frasco por cima da água de modo a que o fundo fique a cerca de 1 cm de água. Ponha uma mistura de solo e de vermes dentro do frasco e uma luz sopre o topo (por exemplo, um pequeno projector de secretária). O calor condurizá os vermes para o exterior, através da rede e caindo na água. Isto pode levar um par de horas ou mais. Os vermes ficam limpos e podem ser dados aos peixes directamente, colocados num comedouro de vermes ou congelados para utilização futura. Isto serve para vermes brancos grandes e pequenos e, assumindo que os vermes Grindal podem ser criados em solo, deve servir para eles também.

Porém, se não se importar de sujar as mãos, uma maneira mais rápida e eficiente será colocar o conjunto de vermes e terra num recipiente, juntar água, remexer e despejar a sujidade. Os vermes serão recolhidos em redes e colocados de novo em água limpa, remexendo de novo e despejando e repetindo a operação até os vermes estarem limpos. Desta maneira vermes limpos podem ser obtidos em minutos.

Os vermes brancos devem ser dados aos peixes num comedouro de vermes (frequentemente chamado também de "comedouro de tubiffex"), para que os peixes possam ir comendo a pouco e pouco. Também podem ser postos directamente numa tijela no fundo do aquário, onde ficam até os peixe os comerem. Este método é particularmente útil para criadores de killies que apenas têm turfa como substrato. Tenha cuidado em não colocar os vermes directamente no aquário; alguns irão enterrar-se no areão onde ficarão inacessíveis para todos menos os mais empenhados escavadores, como os Hoplosternum. Quanto o aquariofilista tiver preparado demasiados vermes para um dia o restante deve ser rapidamente congelado para ser usado mais tarde.


Fontes:
Idênticas às dos vermes grindal.


Minhocas


Utilização:
Para alimentação de peixes médios e grandes (mais de 12 cm).

Criação:
Para criar minhocas de forma fácil e barata:
  1. Construa uma caixa de madeira (qualquer tamanho será bom, uma caixa maior implica mais minhocas). Residentes em apartamentos podem fazer caixas de, por exemplo, 30 x 30 x 20 cm.
    1. Prenda a tampa com duas dobradiças baratas.
    2. Perfure ou corte dois buracos de 5 cm na frente da caixa, de forma a que a parte de baixo dos buracos toque no fundo da caixa. Isto é, os buracos ficam na parte da frente da caixa mas em baixo, fazendo uma perpendicular com a madeira do fundo.
    3. Pinte a caixa com qualquer tinta de óleo para exterior.
    4. Coloque um pequeno pedaço de rede plástica, muito fina, nos buracos que foram feitos. A rede é colocada na parte de dentro da caixa. Pregue a rede firmemente. A rede permitirá à caixa drenar mas não permitirá que as minhocas saiam.
    A caixa está completa.
  2. Preparar a caixa para minhocas
    1. Compre turfa suficiente, de uma loja de material de jardinagem ou de um viveiro de plantas, para encher a caixa (lembre-se que a turfa fica mais compacta depois de molhada).
    2. Coloque a turfa na caixa e ensope-a completamente. Remexa-a até estar uniformemente molhada.
    3. Arranje 6 tijolos.
    4. Coloque, fora da caixa, um tijolo em cada canto dianteiro e dois tilojos em cada canto traseiro para se a caixa se incline para a frente e possa escoar pelos buracos. (NT- Os tijolos típicos americanos são bastante mais pequenos que os nossos, pelo que será preferivel arranjar outra forma de inclinar a caixa.)
    5. Coloque um pires debaixo dos buracos para apanhar o que escorrer (a menos que a caixa seja colocada no exterior).
    6. E agora, as minhocas
      1. Compre três ou quatro caixas das minhocas que encontrar numa loja de venda de artigos de pesca. (NT- Mais uma vez essas minhocas não serão exactamente correspondentes ao isco que se encontra em Portugal. Será preferível usar as minhocas da terra que se encontram em qualquer jardim).
      2. Ponha as minhocas na terra
      3. Compre uma caixa de "Corn Flakes" (uma caixa pequena irá durar para sempre). Isto é tudo o que as minhocas precisam para uma nutrição adequada.
      4. A cada três ou quatro dias espalhe uma camada ligeira de corn flakes em cima da turfa. Nota: antes de aplicar uma camada nova use um pequeno sacho de jardim para remexer a turfa e para misturar os cereais deixados da refeição anterior na turfa.
      5. Após cerca de um mês existirão literalmente milhões de minhocas de todos os tamanhos, desde minúsculas minhocas jovens até adultos. As pequenas minhocas podem ser usadas para peixes pequenos e peixes muito jovens enquanto as minhocas maiores podem facilmente satisfazer as necessidades de comida viva dos mais esfomeados peixes grandes.
      6. Este é um infinitamente renovável recurso que é difícil de colher em excesso!
      7. A turfa deve ser mantida húmida através da rega periódica. Não regue demais! Não deixe secar! As minhocas morrerão DEPRESSA se a turfa secar. Felizmente a turfa retém água muito bem e regar raramente é necessário.
      8. As minhocas não podem congelar. Como a caixa não deita mau cheiros pode ser mantida em garagens ou em marquizes durante o inverno (NT- No nosso clima fará mais sentido preocuparmo-nos com o calor excessivo de verão). As minhocas não gostam de serem sujeitas ao sol directo no verão (serão mortas). Coloque a caixa numa zona sombria se for deixada no exterior.
      9. Mantenha a caixa fechada, as minhocas gostam da escuridão.
    7. Outras Utilizações para Minhocas
      1. As plantas de vaso adoram minhocas!
      2. Os jardins adoram minhocas!
      3. Os canteiros adoram minhocas!

    Fontes:
    O quintal, lojas de isco, lojas de jardinagem, clubes de aquariofilia.


Infusórios (microscópicos protozoários aquáticos)


Utilização:
Alimentação de alevins recém-nascidos.

Criação:
Começando com uma cultura de água verde, junte, ao recipiente de cultura, matéria vegetal, como folhas de alface, de espinafre, etc. Bons resultados têm sido atingidos com vegetais cozidos que parecem desfazerem-se melhor. Quando os vegetais começarem a decompor-se as bactérias aparecerão inicialmente mas então os protozoários irão rapidamente aumentar de número dado que se alimentam de bactérias. Atenção que culturas novas contêm principalmente bactérias, não infusórios. Se a cultura de infusórios for vigorosamente oxigenada (com um difusor e uma bomba de ar), o odor será minimizado. Se o aquariofilista pretende manter a cultura por um extenso periodo então a cada 3 ou 4 dias deve aspirar a matéria orgânica já "expirada" que acenta no fundo e então substitui-la por novo substrato de cultura. O tamanho óptimo da cultura depende de quantos infusórios são necessários. Um de nós (DW) utiliza um aquário de 50 litros que rapidamente pode produzir quantidades prodigiosas de infusórios.

Uma forma eficiente de concentrar a cultura antes de a usar é desligar a bomba de ar e colocar um pequeno projector do lado de fora do recipiente. Dentro de 15 minutos os infusórios começarão a formar nuvens á volta da luz ou poderão formar uma distinta camada leitosa na água, frequentemente mesmo abaixo da superficie. Podem ser visíveis minúsculos pedacinhos prateados de pó movendo-se determinadamente pela água. As concentrações de infusórios podem ser retiradas com um sifão e colocadas no aquário dos alevins.


Fontes:
Água velha de aquário (especialmente do filtro), amigos, encomendas por correio.


Enguias do vinagre (Turbatrix aceti ou Anguillula silusiae)

Informação fornecida por Greg Frazier


Utilização:
Comida para alevins muito pequenos, ou seja, os demasiado pequenos para comerem artémia (como Ramirezis)

Criação:
As enguias do Vinagre são pequenas nematodas encontradas em vinagre não pasteurizado. Vivem em água ácida e alimentam-se de bactérias existentes no vinagre em fermentação. Podem sobreviver por longos periodos de tempo em água alcalina (incluindo a água do aquário!) mas não se irão reproduzir. Como comida para alevins são extremamente fáceis de criar, requerem muito pouca atenção e cuidados (ou seja, podem ser ignoradas por meses e meses) e podem ser colhidas no momento. Coloque uma cultura inicial contra a luz para conseguir ver as enguias no líquido.

Para criar enguias do vinagre, é preciso um recipiente (por exexmplo, uma jarra de 3 ou 4 litros com um gargalo suficientemente largo para meter uma mão), uma maçã, vinagre de cidra maçã e água. (NT: O vinagre de cidra está disponível em alguns hipermercados). Pequenos recipientes devem servir mas um de 3 ou 4 litros fornece enguias mais do que suficientes para uma pequena criação profisisonal. O vinagre pode ser cortado com até 50% de água mas não mais que isso. Introduza alguns cubos de maça descascada (só é necessária um mão-cheia de cubos) e encha com vinagre e água (mais uma vez não mais que 50% de água). Coloque então metade da cultura inicial (ou "starter"). Espere pelo menos 24 horas para dar às bactérias tempo para se instalarem e coloque a segunda metade da cultura inicial. Em cerca de um mês uma chávena tirada da jarra deve vir obscurecida com enguias. Quando a mistura começar a ter um aspecto sujo (isto é, 1 cm de porcaria acumulada no fundo, o que deve levar meses) é tempo de fazer nova mistura.

Colha as enguias com duas chávenas e um filtro de café. Retire uma chávena da criação, despeje-a através do filtro. A maiorias das enguias vão passar através do filtro mas algumas ficarão lá. Despeje água doce através do filtro e então inverta-o e despeje as enguias para um copo. Um filtro de papel (disponivel em algumas drogarias) também pode ser usado. O filtro de papel evita que as enguias passem mas também demorará bastante (10 minutos ou mais) para o vinagre passar.

Deixe as enguias algum tempo no copo antes de as dar aos alevins. Tenha cuidado em lavar as enguias bem - adicionar vinagre a um pequeno aquário de criação pode fazer o pH descer subitamente com consequências desastrosas. As enguias do vinagres são mais compridas que a artémia recém-eclodida mas têm um diametro mais pequeno - os peixes conseguem comê-las antes de conseguirem comer artémia. No aquário as enguias irão deslocar-se com qualquer currente mas se não existir currente irão subir à superficie (uma grande vantagem sobre os microvermes).


Fontes:
Encomendas por correio, clubes de aquariofilia, etc.


Microvermes (Nematodas)


Utilização:
Este vermes microscópicos são bons para alimentar alevins recém-nascidos e os peixes mais pequenos, embora, peixes até 2.5 cm ou mesmo mais também os comam.

Criação:
Bons meios de cultura incluem cereais ricos em proteínas, ou aveia cozinhada. A aveia cozida é barata e é o meio escolhido por um de nós (DW). Os meios de cultura devem ser preparados de forma a ficarem grossos: quando colocados num prato devem ter 1.5 cm de espessura ou mais. Juntar pelo menos uma colher de chá (5 ml) de levedura de cerveja desactivada (pode ser comprada em lojas de artigos diatéticos). As culturas não se desenvolvem bem sem levedura desactivada. Coloque uma pequena quantidade de nematodes. Se essa quantidade vier de uma criação já existente use apenas 2-3 mm do topo da criação anterior: é onde os vermes estão. A criação irá desenvolver-se melhor se mantida num local quente (como o topo de um aquário).

Os microvermes podem ser criados em recipientes de iogurte de 500 ml feitos de plástico do tipo 5 (o plástico marcado como reciclável). Este material é bastante grosso, flexível e barato e a micro-estrutura da superficie parece permitir aos vermes treparem pelos lados em concentrações suficientes para serem colhidas. Os recipientes de plásticos mais finos não são bons - os vermes não se desenvolvem e parecem não conseguir subir pelos lados. Faça um buraco, talvez com um diâmetro de 2 cm na tampa para fornecer ar e, se as criações forem empilhadas certifique-se que os recipientes ficam colocados em diferentes posições para que sejam expostos ao ar pelo menos uma vez em cada dois dias. Se isto não for feito os vermes morrem. As criações podem ser colocadas dentro de casa e tantos como 24 recipientes fazem uma compacta mas muito produtiva fonte de comida viva.

Em cerca de uma semana os microvermes podem ser colhidos dos lados com o dedo (a melhor maneira), com um cotonete ou com uma escova. Opcionalmente pode-se colocar um pedaço de plástico espalmado (ou madeira) sobre a criação e raspar os vermes com uma lâmina quando se tornarem numerosos (alguns tipos de cones de gelado também podem ser usados como plataforma de recolha). Lave os vermes recolhidos para um copo de água limpa e despeje-o no aquário ou coloque os vermes directamente no aquário.

As criações irão durar aproximadamente duas semanas. Desde que o meio de cultura seja fresco não haverá odores fortes mas quando esses odores aumentarem a produção irá diminuir e será altura de começar uma nova criação.

Pode-se aumentar o tempo que os microvermes demoram a passar para o aquário colocando-os num alimentador de vermes forrado com um pano filtrante.


Fontes:
Amigos, clubes, encomenda por correio.


Mosca da fruta sem asas (Drosophila sp.)


Utilização
As moscas da fruta são o mais próximo substituto da dieta natural da maior parte dos killies e de muitos outros peixes pequenos.

Criação:
Garrafas de dois litros de refrigerante podem ser usadas como recipientes. O meio de cultivo será uma papa instantanea a encomendar nas lojas de venda por correio (ou eventualmente em empresas que comercializam produtos biológicos para laboratório) e parece-se com puré de batata. Use o suficiente para obter uma camada de 1 a 1.5 cm de subtrato no fundo da garrafa e água suficiente para obter uma consistencia cremosa- embora suficientemente densa para não escorrer quando a garrada é inclinada. A seguir, coloque duas camadas de rede de plástico fina (da que é usada nas janelas para evitar a entrada de insectos) no fundo da garrafa para que moscas e larvas tenham um local onde subir para fora da mistura. Insira algumas moscas da fruta, talvez uma dúzia. Finalmente feche a garrafa com um pano filtrante para que as moscas não possam sair e para que moscas da fruta selvagens ou outras criaturas não possam entrar.

Duas semanas mais tarde haverá moscas da fruta recém eclodidas prontas para dar aos peixes. A criação continua a produzir por cerca de duas semanas e deve ser "clonada" após seis semanas em operação. Quando o substrato, previamente cor de creme se torna escuro e tiver um aspecto "usado" será a altura para nova criação. É provavelmente mais fácil e mais seguro clonar a criação a cada 4-6 semanas e estar preparado para um eventual colapso da antiga criação.

Para alimentar os peixes abana-se com força a garrafa para retirar as moscas da zona da tampa, destape o aquário, volte a garrafa ao contrário e dê algumas palmadas despejando uma dúzia ou mais de moscas de cada vez. O substrato fica grosso o suficiente para não sair.

Atenção! As moscas não têm asas, não voam mas têm patas. Irão subir pelos lados do aquário e dirigir-se à fruta que ficou na cozinha. Poderão ser comida de peixes mas ainda são moscas da fruta. Alimente os peixes em pequenas doses.

Existem diversas linhagens utilizáveis de mosca da fruta. Algumas são inferiores a 3 mm outras são maiores que 6 mm. Umas são completamente sem asas ou têm asas vestigiais outras têm asas que são tão grandes que se se tornam inuteis.

Atenção! As moscas da fruta "sem asas" irão produzir asas funcionais se mantidas a altas temperaturas, portanto mantenha a criação em local temperado. Se isto se tornar um problema abra o recipiente no exterior e deixe as moscas com asas voarem, a partir daí certifique-se que o resto se desenvolve a temperaturas mais frias.

Dica: Um recipiente de Drosophila pode ser arrefecido num frigorifico por alguns minutos para tornar as moscas mais lentas ou imóveis. Será então mais fácil de fazer a clonagem da cultura. Os peixes, porém, talvez prefiram as moscas mais activas.


Peixes para Alimentação


Utilização:
Alguns peixes grandes, incluindo ciclideos e piranhas irão comer peixes vivos como parte da sua dieta.


Criação:
Geralmente não é necessária. Muitas lojas de peixes oferecem guppies ou peixes vermelhos "para alimentação" baratos como parte do seu stock. (NT: Em Portugal não existe esse costume mas qualquer guppy ou peixe vermelho barato servirá.) Porém, uma colónia de ciclideos proliferos, como nigrofasciatus, podem na prática ser usados como fonte de alevins para alimentação. Em peixes como as piranhas, um pequeno pedaço de frango cru ou de filete de peixe fará o mesmo efeito que os peixes vivos.

Fontes:
Lojas de animais, reproduções em excesso e peixes deformados.

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