Algas
As descrições e técnicas de controlo seguintes são para tipos
comuns de algas encontradas em aquários de água doce.
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Índice
- Tipos de Algas:
Azuis-verdes (cianobactérias),
Castanhas,
Água Verde,
Em camada,
Pontos,
Algodão,
Barba,
Cabelo,
Filamentosas,
Em chifre and
Em Escova.
- Profiláticos
- Peixes comedores de Algas:
Mollies,
Otocinclus,
Plecostomus,
Comedores de Algas Siameses (SAE),
Farlowella,
Introdução
Existem duas categorias de algas de interesse para o
aquariófilo: "boas" e "más". As consideradas boas estão presentes em
pequenas quantidades, o que é indicativo de boa qualidade de água e
são facilmente controladas quer por peixes que as consumam quer pela
simples remoção durante as rotinas de manutenção. Estas algas são a
consequência natural de possuir água com nutrientes e uma fonte de
luz.
As algas consideradas más, são ou um indicador de má qualidade
de água ou trata-se de um tipo de alga que tomou o aquário de assalto
arruinando a estética que o aquariófilo pretendia atingir. O rótulo
de "más" é completamente subjectivo. Por exemplo, um tipo de alga
verde com aspecto de cabelo, é considerada uma praga por aquariófilos
Americanos mas é cultivada por aquariófilos Europeus como
sendo um valioso suplemento alimentar para os peixes.
Azuis-verdes, cianobactérias, algas pegajosas
Crescem rapidamente em camadas viscosas azuis-verdes. Espalham-se
depressa por todo o lado, muitas vezes têm um cheiro intenso e
indicam em geral má qualidade de água.
No entanto, as algas azuis-verdes podem fixar azoto e podem ser
vistas em aquários com nitratos extremamente baixos. Por vezes vistas
em pequenas quantidades entre o areão e os vidros do aquário. Acabam
por sufocar as plantas e matá-las.
Tratam-se na realidade de cianobactérias. E podem ser
fisicamente removidas, mas não se trata de uma solução a longo prazo
uma vez que as condições no aquário permanecem as mesmas e elas
voltam a surgir de novo e em força. Um tratamento com 200 mg de
fosfato de eritromicina para 40 litros de água elimina em geral as
cianobactérias, alguns especialistas acham que poderá ter efeitos
adversos para o filtro biológico. Se a eritromicina for usada os
níveis de amónia e nitritos devem ser monitorizados.
Formam grupos de manchas acastanhadas macias. Nos aquários de
água doce estas algas são em geral diatomáceas. Geralmente a sua
presença indica falta de luz ou excesso de silicatos. Aumentar os
níveis de luminosidade faz em geral com que estas desapareçam.
Retiram-se facilmente limpando o vidro, ou sifonando a área
afectada.
As algas verdes unicelulares podem por vezes reproduzir-se tão
depressa que a água torna-se verde. Ao que se dá o nome geral de
"estoiro" de algas, e é causado regra geral por uma grande intensidade
de luz como a luz solar.
Um "estoiro" de algas pode ser removido filtrando a água por uma
rede (malha em microns) ou através de filtros de diatomite. Uma
esterilização da água por meio de ultra violetas pode evitar que isto
suceda em primeiro lugar. A água verde é bastante útil para o cultivo
de dáfnias e artémia.
Crescem no vidro do aquário, dando origem a um aspecto enevoado
quando se olha para através do vidro. Removem-se facilmente limpando
o vidro. São uma ocorrência normal quando existem níveis elevados de
luminosidade para um bom crescimento das plantas.
Crescem sob uma forma circular, delgada, intrincada, de verde
pálido, geralmente no vidro do aquário mas também sobre as plantas.
São uma consideradas uma ocorrência normal em aquários plantados. Têm
de ser mecanicamente removidas. Em aquários de acrílico usar um pano
suave tipo almofada de maquilhagem e esfregar arduamente. Em aquários
de vidro, os raspadores de lâmina são mais eficientes.
Crescem regra geral nas folhas de plantas, como pequenos fios
(2-3 mm). São consideradas uma ocorrência normal. Podem ser uma forma
menos "virulenta" das algas tipo barba. Controladas facilmente
através de peixes comedores de algas como a Mollie Negra.
Otocinclus,
Peckoltia e comedores de algas siameses.
Crescem sobre as folhas das plantas e são de um verde pálido.
Os fios possuem individualmente uma textura muito delicada, mas
juntos crescem como manchas espessas assemelhando-se a uma barba
verde. Crescem até aos 4 cm. Não podem ser removidas mecanicamente.
Também não indicam má qualidade de água, mas crescem muito depressa
espalhando-se por todo o aquário tornado-as algas "más". Podem ser
eliminadas com Simazina ("Algae Destroyer" da Aquarium
Pharmaceuticals).
Crescem em agregados de uma cor verde viva no areão, à volta da
base de plantas como o Echinodorus e à volta de objectos mecânicos.
Têm uma textura mais áspera que as em forma de barba. Estas últimas
agitam-se na corrente de água, enquanto que as em forma de cabelos
têm a tendência de se entrelaçarem formando um aglomerado.
Individualmente cada alga deste tipo pode atingir 5 ou mais
centímetros. São fáceis de remover mecanicamente enrolando-as com uma
escova de dentes. Podem tornar-se difíceis de limpar se permanecerem
muito tempo sem serem detectadas. Constítuem um suplemento alimentar
para os peixes utilizadas pelos aquariófilos Europeus.
Crescem sob a forma de filamentos delgados e compridos até 30
ou mais centímetros. A sua cor é esverdeada (embora seja difícil de
distinguir por serem filamentos muito finos). Indicam em geral um
excesso de ferro (> 0.15 ppm). Removem-se facilmente com uma escova
de dentes tal como nas em forma de cabelos.
Parecem-se com fios individuais semelhantes aos das algas
filamentosas, mas tendem a crescer ramificadamente dando origem a uma
estrutura tipo que se assemelha a um chifre de veado e são cinzentas-
esverdeadas. Crescem na sua maioria sobre peças de equipamento dos
aquários à superfície. São difíceis de remover mecanicamente. Colocar
as peças de equipamento afectado num recipiente com uma solução de
25% de lixívia e água.
Crescem dando origem a tufos negros tipo penas (de 2-3 mm de
comprimento), regra geral sobre as folhas de crescimento lento de
plantas como as Anubias, alguns Echinodorus, e outras. Também podem
surgir em equipamento mecânico. Trata-se na realidade de uma alga
vermelha do género Audouinella (outros nomes: Acrochaetium,
Rhodochorton, Chantransia).
Não são fáceis de remover mecanicamente. Devem-se remover e
deitar fora as folhas das plantas afectadas. O equipamento pode ser
mergulhado numa solução de 25% de lixívia e água, e depois escovado
para retirar as algas mortas. Os Comedores de Algas
Siameses (SAE) (Crossocheilus siamensis)
custumam alimentar-se desta alga podendo assim controlá-la. Uma medida
mais drástica é o tratamento com cobre.
Os esporos das algas estão em todo o lado e poderão estar
sempre presentes num aquário, a não ser que se tomem algumas medidas
drásticas. Para aquários só com peixes, um conjunto de ultra violetas
correctamente montado para desinfecção, matará os esporos de algas
existentes e previnirá o seu ressurgimento.
Para aquários plantados, isto não é uma boa solução uma vez que
a luz ultravioleta irá oxidar também alguns oligoelementos
necessários às plantas limitando assim o potencial crescimento
destas. Infelizmente, condições que são boas para o crescimento
de plantas são-no também para as algas. Felizmente, as plantas
ganham regra geral na competição pelos nutrientes disponíveis
com as algas. No entanto, se existe um desequilíbrio com os
nutrientes, as algas oportunisticamente usam tudo aquilo que não
é usado pelas plantas superiores. Diferentes algas usam
diferentes nutrientes, causando explosões esporádicas de novos
tipos de algas em aquários aparentemente estáveis quando um
desequílibrio temporário ocorre.
Uma grama de prevenção vale um quilo de cura. Para evitar a
introdução de um novo tipo de alga num aquário plantado através de
plantas novas, um mergulho rápido em lixívia destas parece funcionar
bem. Misturar 1 parte de lixívia para 19 partes de água e mergulhar
as plantas nesta solução por 2 minutos. Lavar bem a planta logo de
seguida com água corrente, depois imergi-las novamente em água com
anti-cloro para neutralizar e remover a lixiva.
Isto matará as algas e apenas retardará o crescimento duma planta
saudável. Plantas em más condições podem sucumbir a este tratamento,
mas de qualquer forma não aguentavam mesmo sem ele.
O controle mais eficaz de algas num aquário plantado é através
de peixes que consumam algas. Isto é especialmente crítico na
instalação de um novo aquário, deve-se certificar que as algas não se
instalam antes das plantas terem a chance de se instalarem
devidamente. Por esta razão e para ajudar o filtro biológico, é
recomendado que alguns peixes resistentes que consumam algas sejam
colocados logo de início.
As Mollies negras de vela
são excelentes candidatos para o
período inicial de um aquário plantado pois são fáceis de encontrar e
baratas. São regra geral consideradas dispensáveis e podem ser
removidas passado 1 mês ou mais. É importante NÃO ALIMENTA-LAS. Se
forem, não ficarão tão ávidas para comer algas. Quando estão com
fome, são ávidas consumidoras da maioria dos tipos de alga que surgem
durante o período inicial.
Os Otocinclus
são diligentes consumidores de algas, mas é
melhor mantê-los em cardume devido ao seu pequeno tamanho. Um para 40
litros é uma boa regra práctica. Várias espécies deste género podem
ser vistas nas lojas de tempos a tempos; a maioria são bons comedores
de algas mas outros parecem preferir o muco de outros peixes às
algas. Infelizmente, parece não existir forma de distinguir os
"Otocinclus de ataque" dos normais.
Os Otocinclus parecem ser peixes delicados, mas isto deve-se
provavelmente aos abusos na captura e transporte do que propriamente
ao facto de serem frágeis em si. Quando uma loja adquire novos
exemplares, é bom esperar um pouco antes de os comprar de forma a
restarem os mais resistentes. Muitas pessoas afirmam terem comprado
uma dúzia deles até ficarem com apenas um par no espaço de poucos
meses. Esses sim depois parecem durar muito tempo.
Plecostomus é o nome genérico para uma larga variedade de
peixes com a boca em forma de ventosa. Apenas as espécies mais
pequenas são úteis num aquário plantado, uma vez que as maiores além
das algas comem também as plantas. Dois dos géneros mais úteis são os
Ancistrus sp. e Peckoltia sp. Ambos ficam abaixo dos 10 cm de
comprimento e parece não provocarem grandes danos às plantas. Por
vezes plantas de folha larga como os Echinodorus são mordiscadas por
eles, tendo de se ter atenção a esse facto.
A sua dieta pode ser suplementada com zucchini cortado aos
pedaços e tabletes para peixes de fundo. Também apreciam troncos no
aquário para satisfazer as suas necessidades por celulose. Ver a
FAQ
Peixes para Principiantes
para mais informação sobre peixes-gato com boca
em forma de ventosa.
Crossocheilus e Epalzeorhynchos
Não confundir estes peixes
comedor de
algas chinês, também conhecido por limpa-vidros, o qual
em adulto é muito agressivo e deixa de comer algas.
O Comedor de Algas Siamês, Crossocheilus siamensis,
é muito boa para comer algas e
conhecido por comer algas vermelhas. O único problema é que este
peixe é difícil de encontrar à venda. Há 2 espécies comuns nesta
família. A mais comum é a Epalzeorhynchos kallopterus, vulgamente
chamada Raposa Voadora. Esta espécie é
a mais atractiva das duas. Tem um corpo acastanhado com uma
faixa negra bem distinta, com uma outra mais fina e acima dourada ou
cor de bronze. As Raposas Voadoras tendem a ser muito agressivas
à medida a que crescem e que se saiba não consomem algas vermelhas.
O comedor de algas siamês é da mesma forma que a espécie
precedente mas o seu corpo tende mais para o prateado com uma faixa
negra não muito perfeita. Pode haver também uma outra por cima não
muito bem definida dourada ou cor de bronze. Estes não são de todo
agressivos; sendo bons companheiros de Discus ou Tetras.
Quando são jovens, as diferenças entre o E. Kallopterus e o C.
Siamensis podem não ser muito aparentes, especialmente se nunca se
viram as duas espécies juntas. Infelizmente, a maioria dos vendedores
não vendem os peixes nas suas lojas pelo seu nome científico e o nome
vulgar é por vezes bastante pateta (como "raposa voadora siamesa").
Se não se souber qual das espécies a loja tem pode comprar o peixe à
mesma, no entanto deve estar preparado para lhe encontrar um novo lar
caso seja o errado (a menos que os peixes que se possua com ele o
tolerem).
São bons consumidores de algas embora sejam muito sensíveis à
qualidade de água. Uma das espécies (Farlowella gracilis) ficará
muito grande para um aquário plantado e pode causar danos.
Caracois
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